segunda-feira, 18 de agosto de 2014

*** - Continuar apaixonado. - ***

segunda-feira 
 
Se a velha fórmula do final dos contos de fada “e viveram felizes para sempre” for entendida como “e nos cinquenta anos seguintes eles se sentiram exatamente da mesma forma como se sentiram um dia antes do casamento”, então ela está dizendo algo que provavelmente nunca foi e nunca será verdade, e que, inclusive, seria altamente indesejável se o fosse.
Quem suportaria viver nessa excitação toda por cinco anos? O que seria do seu trabalho, do seu apetite, do seu sono, das suas amizades? Mas, é claro, deixar de “estar apaixonado” não significa necessariamente deixar de amar.
O amor, nesse segundo sentido — o amor como algo diferente de “estar apaixonado” — não é um simples sentimento. Trata-se de uma unidade profunda, alimentada pela vontade e deliberadamente fortalecida pelo hábito; reforçada (nos casamentos cristãos) pela graça que ambos os parceiros pedem e recebem de Deus.
Os cônjuges podem alimentar esse tipo de amor um pelo outro mesmo naqueles momentos em que não se gostam; assim como você se ama, mesmo quando não gosta de si. Eles são capazes de manter esse amor, mesmo considerando que qualquer um deles pode facilmente se “apaixonar” por outra pessoa. Primeiro, o “estar apaixonado” os levou a jurar fidelidade; esse outro amor mais calmo os capacita a cumprir a promessa. É esse amor que mantém a máquina do casamento ativa; o estar apaixonado foi a ignição que lhe deu partida.

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