quarta-feira, 6 de maio de 2015

Tão verdadeiro quanto uma nota de 2,50

A propaganda do PT na televisão, levada ao ar ontem à noite, é tão verdadeira quanto uma nota de 2,50. A mensagem diz que o partido vai expulsar integrantes condenados na Justiça, numa referência à Operação Lava Jato que desmantelou a quadrilha que roubou o dinheiro da Petrobras.
O presidente nacional da sigla, Rui Falcão, aparece na peça me-engana-que-eu-gosto:
“O PT é uma instituição com milhões de filiados e simpatizantes em todo o Brasil. Gente como você, que sempre sonhou e lutou por um país mais justo e solidário. Gente que não convive nem é conivente com ilegalidades e quer, igual a você, o fim da impunidade. Por isso, qualquer petista que cometer malfeitos e ilegalidades não continuará nos quadros do partido.”
Em seguida, um voz reforça: “Você ouviu. Qualquer petista que ao final do processo for julgado culpado será expulso.”
Ora, pois, pois…
Como o PT vai expulsar os companheiros corruptos e condenados se não o fez no escândalo do mensalão? Veja bem, o ex-ministro José Dirceu, condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar a quadrilha do mensalão, não foi expulso do PT.
O ex-deputado José Genoíno, que também foi para a cadeia, continua nos quadros do PT.
Os dois, inclusive, receberam apoio do partido, que promoveu uma “vaquinha” para pagar a multa aplicada pela Justiça. Mais do que isso, com gesto de punho fechado, os petistas condenados e seus companheiros se apresentaram ao Brasil como “heróis”.
Não é só isso.
Dirceu está envolvido até o pescoço na petrorroubalheira, o que sugere que depois de comandar o mensalão e mesmo no período da investigação, ele já estava envolvido em novo escândalo. As suas digitais foram alcançadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal, com denúncia feita e acatada pela Suprema Corte da justiça brasileira.
Portanto, não existe ambiente para respaldar a palavra do partido. Ninguém mais, porque o partido desceu no ralo da corrupção.
Por isso, a presidente Dilma Roussef, em situação delicada e com a popularidade alcançando os mais altos índices de rejeição, optou por não participar da peça publicitária. O Palácio entende que é preciso desvincular a presidente da imagem corroída do PT, pelo menos, nesse momento que ainda fervilha o noticiário da Operação Lava Jato.
O fato é que o PT perdeu as credenciais de partido honesto e ético. Mergulhou no submundo, sujou as mãos e a imagem, se distanciando dos ideais defendidos no passado e que o fizeram chegar ao Poder Central.
O Partido dos Trabalhadores vai ter que ser reinventado.

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