Nenhuma autoridade no Rio Grande do Norte foi tão comentada nos últimos dias quanto o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Santos. A proposta de privatizar a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) caiu como uma bomba não apenas na comunidade acadêmica, mas em todos os segmentos da sociedade potiguar.
A ideia de Cláudio Santos está dentro do contexto, defendido por ele, de o Governo enxugar a estrutura pública para resolver seus problemas fiscais e, por consequência, voltar a ter condições de investir em setores vitais, como saúde e segurança pública, atualmente sucateados.
No entanto, os números da Uern mostram que não é a sua estrutura o vírus que enfraquece a saúde financeira estadual, nem a sua privatização resolveria o problema. Mesmo assim, Cláudio Santos não abre mão de suas convicções.
No início da noite de terça-feira, 8, no gabinete de trabalho do jornalista César Santos, o desembargador encarou o debate mais uma vez. Disse que a sua posição é política e ideológica, sendo responsabilidade sua, não representando, portanto, o pensamento do Judiciário potiguar. “A privatização vai acontecer; cedo ou tarde”, vaticinou.
O presidente do TJRN também falou sobre outros temas delicados, como a provável ajuda de R$ 100 milhões do Judiciário ao Estado, para o Governo resolver gargalos da saúde e da segurança. “Estamos fazendo a nossa parte”, destacou, negando que a sua atuação tenha qualquer ligação com a política partidária.
“Não pretendo ser governador nem senador nem vereador”, avisou, desmentindo a notícia de que estaria disposto a disputar as eleições de 2018.
O senhor sugeriu a privatização da Uern por acreditar, realmente, que essa seria a saída para a crise financeira em que vive o Rio Grande do Norte ou foi apenas uma dica dentro de um contexto maior?
Primeiramente, diante da crise fiscal que passa o Rio Grande do Norte, o governador do Estado convidou os presidentes dos Poderes Legislativo e Judiciário e mais os órgãos que têm orçamento próprio, como Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública, para uma mesa de debate, em que ele queria ouvir sugestões para solucionar ou amenizar a crise. O governador também queria saber onde nós poderíamos reduzir despesas. Essa reunião foi noticiada amplamente. Na oportunidade, eu apresentei a minha opinião, e não do Judiciário, sobre alguns temas que as pessoas julgam delicados. Esses temas encontraram excelente eco da equipe técnica do Governo. Isso foi na primeira reunião. Já na segunda reunião, com a presença do vice-governador Fábio Dantas, escolhido como coordenador desse grupo, um dos temas tratados foi sobre a privatização da Caern, e eu incluí a Uern, o que acabou suscitando essa repercussão.
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