### - Território ocupado pelo inimigo. - ###
Uma das coisas que me surpreenderam quando li o Novo Testamento pela primeira vez foi o fato de ele falar tanto a respeito de um poder das trevas no universo: um poderoso espírito do mal que se esconde por trás da morte, da doença e do pecado.
A diferença é que o cristianismo afirma que esse poder das trevas foi criado por Deus, que havia sido bom por ocasião da sua criação, e que só depois se tornou errado. O cristianismo concorda com o dualismo, que diz que esse universo está em guerra. Porém, ele não acha que essa guerra se processa entre poderes independentes. O que o cristianismo propõe é que se trata de uma guerra civil, uma rebelião, e que estamos vivendo em uma parte do universo que está ocupada por um rebelde.
Território ocupado pelo inimigo — isso é o mundo. O cristianismo é a história de como um rei justo retornou às suas terras (diríamos até, disfarçado) e está nos chamando para fazer parte de uma grande campanha de sabotagem. Quando vamos à igreja, na verdade, estamos nos dispondo a ouvir os planos secretos dos nossos amigos: eis por que o inimigo fica tão ansioso em evitar a nossa ida até lá. Ele tenta fazer isso apelando para os nossos preconceitos, nossa preguiça e nossa prepotência intelectual. Sei que alguém vai me perguntar: “Você está querendo mesmo, a essa hora do dia, reintroduzir o nosso velho amigo de chifres e patas?”. Bem, o que a hora do dia tem a ver com isso, não sei. E não falei nada específico sobre chifres e patas. Porém, em certo sentido, minha resposta seria: “Sim, eu quero”. Não estou alegando saber qualquer coisa sobre sua aparência pessoal. Se alguém realmente estiver interessado em conhecê-lo melhor, eu diria a essa pessoa: “Não se preocupe. Se você quer mesmo, então, pode ter certeza de que vai conhecê-lo. Se vai gostar de ter sido apresentado a ele ou não é outra história”.
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