Satanás, Eva, Adão e Caim: O fluxo do mal
O pecado começou no céu, quando Satanás desejou ser igual a Deus (Ez 28; Is 14). Imediatamente, o querubim transgressor foi lançado na terra. Sua próxima cena seria no jardim do Éden, conforme lemos em Gênesis 3.
Sempre que falamos a respeito de Adão e Eva, lembramos da serpente (Gn 3.1-6; Ap 12.9). A vida do primeiro casal recebeu uma influência externa, maligna e destruidora. Foi assim que Satanás investiu contra a primeira família. No capítulo 4, vemos o pecado dos pais afetando a vida dos filhos, Caim e Abel (Gn 4.1-8). O mesmo ocorre hoje.
Qual é o vínculo entre Satanás, Eva, Adão e Caim? O pecado, com diferentes nuances em cada caso. Quando Satanás pecou, ele não foi tentado por ninguém. Eva, por sua vez, foi tentada por Satanás, incorporado na serpente. Quando chegou a vez de Adão, a serpente não participou. Foi Eva quem tentou Adão, atuando como agente de Satanás. E Caim? Ele não foi tentado por ninguém, pois já possuía o mal em seu coração.
Notamos, portanto, que a tentação pode vir de várias fontes. Satanás nem sempre está presente. Ele não está em todos os lugares ao mesmo tempo. É possível que a maioria das pessoas nunca tenha tido um contato direto com ele. Satanás tentou diretamente a Eva e, muito tempo depois, ao próprio Jesus (Mt 4), mas o que acontece no nosso dia a dia é o encontro com seres humanos que nos oferecem o fruto proibido, agindo como propagandistas do inferno.
Somos alvejados pelo marketing do pecado a todo instante, seja por meio de músicas, filmes, novelas, desenhos animados ou uma simples conversa nas redes sociais (1Co 15.33). Muitos são os canais para o conselho dos ímpios e as doutrinas de demônios (Salmo 1.1; 1Tm.4.1). Muitas mensagens malignas são claramente identificadas e precisam ser bloqueadas. Nossos olhos e ouvidos não são depósitos de lixo.
“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2Co 11.3).
Nossa situação é muito semelhante à de Caim, pois já nascemos contaminados pelo pecado. Caim não podia colocar em Satanás a culpa pelo homicídio cometido. Assim também, não podemos dizer que tudo seja obra demoníaca. Onde fica a responsabilidade humana? É verdade que os demônios se aproveitam dos nossos erros, mas não podemos transferir para eles a responsabilidade das nossas escolhas. Tal atitude de escape impede o arrependimento e a mudança.
Algumas pessoas culpam até o próprio Deus, mas vejamos o que escreveu Tiago: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria cobiça. Depois, havendo a cobiça concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.13-15).
Precisamos escolher que tipo de influência acolheremos em nossos corações. Satanás falou com Eva. Ela aceitou e praticou. Deus falou com Caim, mas ele rejeitou a voz de Deus e fez o contrário do que deveria. A fala de Deus no capítulo 4 de Gênesis tem um sentido de esperança para a humanidade. Apesar do pecado relatado no capítulo 3, Deus não desistiu do homem. Deus não desistiu de Caim, mas Caim desistiu de Deus. Qual voz ouviremos?
O caminho do pecado conduz à morte. O arrependimento e o perdão conduzem à vida. O primeiro passo para o perdão é o reconhecimento.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).
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