sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Vinte centavo de Real versus bilhões da Petrobras
O Ratinho (Carlos Roberto Massa) em seu programa noturno no STB, disse não entender o Brasil, um País que as pessoas ocupam as ruas para reclamar uma diferença de vinte centavos de real do transporte coletivo, mas não reagem ao roubo de bilhões de reais da sua estatal de petróleo.
O apresentador ressaltou que tem dificuldade de compreender o povo brasileiro, por esse desconexo sentimento de revolta, mostrando-se decepcionado com a falta de indignação da sociedade diante do estado de corrupção que vive o País.
O questionamento do Ratinho merece reflexão.
O brasileiro costuma reclamar de uma fila de banco, se revoltar com o preço do ingresso do Rock in Rio, gritar porque perdeu o capítulo da novela da Globo, chiar com o dono de bar que não serviu a cerveja estupidamente gelada. No entanto, não se acomoda diante da roubalheira praticada por políticos e patrocinada por governos, que afeta diretamente a sua vida.
O caso da Petrobras é emblemático.
A dilapidação da maior empresa brasileira provocou graves consequências na estrutura do País, castigando diretamente a vida dos brasileiros, de todas as classes sociais, sem exceção. Até aqui, nenhuma reação concreta.
Os movimentos sociais, cavilosos, se limitam às reações pontuais, nunca contundentes, e a revolta não passa de grito individual que ecoa nas redes sociais e, vez por outra, em praça pública, sem maiores desconfortos ao Planalto Central.
Daí, o governo livre para castigar o povo, nocauteado pela própria falta de reação.
O castigo veio a galope, com o pacote de ruindade: aumento nos preços dos combustíveis, energia, água, remédios e todos os itens da cesta básica. Corte nos recursos da Educação e do Social. Tesourada nos direitos dos trabalhadores, com a mudança no Seguro Desemprego e outros direitos históricos. Até a Farmácia do Trabalhador, que atendia ao povo pobre, foi afetada pela maldade do Planalto. Na cara de todos os brasileiros.
E qual foi a reação?
Nenhum movimento se levantou para tirar do poder quem foi colocado pelos próprios brasileiros.
Esse é um dever do povo, de eleger e tirar, previsto na Constituição do País, e legitimado pelo estado democrático de direito. No entanto, o País vive completa anemia de resistência, assistindo ao pior momento de sua história, sob o ponto de vista ético, moral e de gerenciamento.
Mas, nada a fazer.
O gigante está adormecido, sem se incomodar com o barulho de Brasília. Ou, decidiu reagir noutra ocasião. Quem sabe, quando alguém mexer com o zero centavo de real da tarifa do transporte urbano.
Que País é esse?

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