Mossoró é castigada pela falta de gestão
Há poucos dias, uma mãe desesperada tentava comprar insulina (Lantus) para salvar a vida de sua filha, internada em estado delicado devido à falta do medicamento na rede municipal de saúde.
De origem humilde, recorreu à solidariedade de amigos e pessoas de bom coração para socorrer a filha.
Na Secretaria Municipal de Saúde, o caso foi tratado sem maior preocupação, como se fosse natural. No Palácio da Resistência, nenhuma reação.
A palavra oficial, que chegou ao conhecimento da família, foi de que apenas estava faltando o medicamento nas unidades de saúde.
É assim que a saúde pública está sendo tratada em Mossoró. Nas UBS, falta até máscara ou luva para procedimento de exames simples, obrigando o paciente a levar o material de casa. Se não tiver dinheiro – e a maioria não tem –, fica sem assistência.
O que acontece na saúde se repete em todas as áreas da gestão pública municipal. A reclamação pipoca de todos os cantos, é geral, devido à ineficiência de serviços básicos, como limpeza pública, manutenção da malha viária, transporte urbano, social, sucateamento de escolas e creches.
O grave é que, se o básico do básico não é feito, a população sequer se manifesta para cobrar um projeto maior para a cidade. Não existe uma obra estruturante em execução ou em processo de licitação com o carimbo da administração municipal.
Justificar a esqualidez de gerenciamento na crise econômica do País não se justifica.
Mossoró é uma cidade rica, tem saúde financeira capaz de enfrentar as adversidades, se bem administrada. A pujança de sua economia, pela força do comércio, serviços e de outras condições naturais, sempre colocou a cidade em posição privilegiada, podendo ser dito que se houvesse um planejamento, Mossoró teria melhor sorte.
Infelizmente, estamos diante da completa incapacidade administrativa.
Por consequência, o caos reflete na imagem do governo, que amarga alto índice de desaprovação popular. A última pesquisa publicada dava conta de quase 80% de impopularidade.
Pois bem…
O prefeito Silveira Júnior (PSD) pretende resolver todos os seus problemas, colocando as mãos em receitas futuras dos royalties de petróleo, acreditando ser possível recuperar a própria imagem para colocá-la à disposição do eleitor na sucessão do próximo ano.
Para ele, pouco importa se a antecipação de receita vai aumentar o rombo nas contas públicas no futuro. O que interessa agora é usar o “baú” para resolver seus interesses político-pessoais.
Resta saber se o Legislativo vai oferecer o cheque em branco e se a sociedade vai assistir passivamente.
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