Um prefeito despreparado,
sem transparência e acuado
O prefeito de Mossoró
passou o dia em casa, evitou o Palácio da Resistência, sede da Prefeitura.
Temia o encontro com algumas dezenas de estudantes que, até o fechamento desta
edição, estavam acampados no endereço do Poder.
Também não tinha
segurança para ir ao Boa Vista abrir mais uma edição do projeto “Meu Bairro
Melhor”.
Assessores tomaram
conhecimento de que algumas bandejas de ovos e caixas de tomates haviam sido
adquiridas por terceirizados que não recebem os seus salários há cinco meses.
Por via das dúvidas…
Silveira Júnior (PSD)
ficou acuado. Não deveria ser assim.
Aliás, na história
político-administrativa de Mossoró, desde a gestão de Antônio Rodrigues de
Carvalho, na segunda metade da década de 60, não há registro de uma gestão tão
desqualificada como esta.
Com um agravante, o
governo do “Homem do Capim” não tinha problemas éticos e morais, as suas
dificuldades eram restritas à ordem político-financeira. Só.
O que acontece na atual
gestão mossoroense é a completa incapacidade gerencial aliada a total falta de
transparência. Aliás, os dois quesitos são bem fáceis de comprovação.
O primeiro, basta
observar o caos que vive a cidade.
O segundo, se confirma na
pesquisa da Controladoria Geral da União (CGU) que deu nota zero ao quesito
transparência na Prefeitura de Mossoró.
E foi exatamente a falta
de transparência que provocou a revolta dos estudantes, uma vez que Silveira
autorizou aumento de 50% no preço da passagem de transporte coletivo sem
discutir ou dialogar com os segmentos sociais, principalmente as camadas
dependentes do transporte urbano.
O prefeito apenas levou
em conta a sua parceria, estritamente pessoal, com a empresa Ocimar
Transportes, que ele importou do Sul do País para explorar o transporte
coletivo.
Lembrando que não houve
processo decente, sequer uma chamada pública, o que torna ainda mais nebulosa a
presença da Ocimar na cidade.
Para agravar ainda mais
as dúvidas, o contrato com a Ocimar foi renovado por mais 180 dias, sem
qualquer critério, e acompanhado do aumento de 50% nas tarifas.
Esse quadro obscuro
pintado nos intramuros palacianos, com preço enorme à população, sugere que
Mossoró está completamente à deriva, sendo conduzida por um prefeito sem
qualquer capacidade administrativa, sem responsabilidade com a coisa pública e
sem a devida condição de continuar gerenciando o dinheiro público.
O que incomoda a
sociedade, até aqui, é que o desmantelo administrativo não teve uma resposta
concreta das instituições responsáveis pela proteção do bem público.
Ainda…
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