Por François Silvestre
É pra repetir? Fá-lo-ei: Só há uma saída. Constituinte Originária e Exclusiva. Originária por não dever vassalagem à desordem atual. Exclusiva porque deverá ser dissolvida após a promulgação da Carta. O membro constituinte não legislará pensando na continuidade do seu mandato nem nos seus interesses imediatos.
Este texto não pretende aprofundar a tese aqui exposta. A pretensão é mostrar alguns exemplos da zorra institucional a que chegamos. Não há prova maior de imaturidade política do que justificar essa nossa “democracia” apenas pelo fato de ter substituído uma ditadura brutal.
A substituição foi uma conquista, que não merece retrocesso. É bastante, mas não é suficiente. Ou se aprofunda a democracia ou não amadureceremos politicamente. E estaremos sempre sob a tocaia de pretensos ditadores.
Isto é, um guardião da Constituição que não respeita a Lei nem o Código de Ética da Magistratura. Quem tem a função de guardar a Carta Magna obriga-se a respeitar todas as leis. Até a que for promulgada por uma Câmara de Vereadores da Gurgueia.
Um filho de Ministro do Tribunal de Contas da União exercendo advocacia de partido, cujo constituinte responde a processos com trâmite naquela corte de contas.
Procuradores de Justiça denunciam o Procurador-Geral do MP/RN, ao conselho nacional, por relação viciosa (sic) com o Legislativo estadual.
Um promotor público, em plena atividade, mete-se em política, elege-se senador, vira paladino da ética, com direito a capas de revistas. Depois, descobre-se que o distinto era um ladrão chapeado. Cassado, volta ao cargo de promotor público.
Os promotores do Ministério Público promoveram uma campanha bela e eficiente para garantir predominância na condução dos inquéritos. Contra essa propositura insurgiram-se os delegados da Polícia Civil.
A campanha do MP foi tão hegemonicamente montada, que os delegados acabaram na solidão dos argumentos. Qual era o norte da campanha? A informação de que a não derrubada da PEC 37 seria a consolidação da criminalidade e da violência sem controle. Cartazes em todos os fóruns. Campanha caríssima. Até os blogs culturais se integraram na luta.
A defesa dos delegados atrofiou-se acanhada, feito cachorro de pobre em casa caiada. Vitória acachapante do MP.
E o resultado? Silêncio. A violência diminuiu? A criminalidade respeita os inquéritos dos promotores? Há inquéritos eficazes para o julgamento e condenação de homicidas? Quantos pra cada lote de cem homicídios?
Só uma Constituinte Originária responderá!
Té mais.
François Silvestre é escritor
Nenhum comentário:
Postar um comentário