domingo, 7 de fevereiro de 2016

“Esse homem é perigoso; ele acredita no que diz”
O ex-presidente Lula (PT) mediu antes de soltar a frase: “Não há uma viva alma mais honesta do que eu.” Sabia da repercussão, do jeito que imaginava e queria. Quanto mais repetida, mais a frase aproximaria do seu objetivo, qual seja, fincar na cabeça da massa popular que ele, realmente, é honesto.
Pouco importa se o mais honesto dos brasileiros, de qualquer classe social, raça ou religião, ficasse indignado com a arrogância da frase, pois o propósito é alcançar os menos esclarecidos, que são maioria no país.
Daí, quando fosse alcançado pela “Lava Jato” e a “Zelotes” de forma mais contundente, apareceria como perseguido das elites brasileiras, sustentado pela imagem de homem probo inserida na frase da “viva alma”.
A estratégia não é nova.
Lula repete Paul Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, que dizia que “uma mentira, repetida mil vezes, vira verdade”.
A ideia lulista leva em conta a posição de mito, sempre colocada acima do bem e do mal, logo, fácil de transformar mentira em verdade ou vice-versa.
A estratégia é providencial.
O ex-presidente está cada vez mais acuado pelas investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, diante de evidências e documentos irrefutáveis.
O caso do triplex de Guarujá e do sítio de Atibaia revela as suas digitais de forma bem nítida, não restando dúvida de seu envolvimento em coisas, no mínimo, suspeitas.
Mas ele, invocando Goebbels, repete mil vezes que nada tem a ver com esses imóveis, acreditando ser possível transformar a mentira em verdade. Só que hoje a estratégia da Alemanha Nazista tem dificuldade para se sobrepor à opinião pública.
Joseph Goebbels exercia severo controle sobre os meios de comunicação e instituições educacionais; usava modernas técnicas de propaganda para, por (mau) exemplo, preparar, ideologicamente, o povo alemão para uma guerra agressiva. Era o início da década de 30.
De lá para cá se passaram oito décadas. O mundo é outro.
Lula não tem o controle que tinha o ministro de Hitler, embora os líderes dos movimentos sociais estejam a seu favor.
Os meios de comunicação e as instituições estão fincados nos alicerces da democracia, livres, independentes e fortalecidos pela liberdade de expressão ecoada nas mais diversas plataformas de comunicação, propagadas em tempo real pela grande rede.
Portanto, impossível hoje uma mentira virar verdade, mesmo repetida mil vezes.
Mas, outra frase de Goebbels parece bem mais atual:
“Esse homem é perigoso; ele acredita no que diz.”

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