Política e Brasil
A difícil marcha para se fazer uma nação
Vendo essa lista de
servidores sem concurso da Assembleia Legislativa (veja postagem mais
abaixo), não me bate um pingo de indignação ou inveja. Acho mesmo é
engraçado como algumas pessoas continuam se descabelando por políticos e
grupos, com uma visão maniqueísta (seu lado é bonzinho e o outro é de
gente má).
Na realidade, com raras exceções, são
todos “japoneses”, muito parecidos, sobretudo na apropriação da coisa
pública em favor dos seus e de seus camaradas.
Sobram apenas as migalhas (e olhe lá) para a “militância” de infantaria, aquela que briga e arranja inimizades.
Engraçado, também, como muita gente
continua entoando teses de doutrinadores e filósofos, para sustentar a
crença (ou fé inabalável) na Justiça. Balela. Se não descruzar os braços
nesse circuito de blá-blá-blá, nada de revolucionário vai ocorrer.
Os poderes de Estado e a plutocracia
dominam tudo. Tá tudo dominado. Judiciário, Tribunal de Contas,
Assembleia Legislativa, governos, imprensa etc.
Trabalhemos para pagar o financiamento do Fiat Uno, cobrir as despesas da feira e o colégio dos meninos. Discutamos a política de forma mais séria, sem o maniqueísmo doentio. Vamos investir na formação de nossos filhos, em educação.
Só com um povo politizado de verdade,
economicamente ativo e consciente de seus direitos e deveres, mudaremos a
República e a política.
A política não é uma atividade menor;
menor, microscópica, é a atuação de uma grande maioria no meio. Não foi a
política que se desfigurou ao longo dos séculos, mas homens
desfigurados que a tornaram abjeta.
Essas figuras estão preocupadas apenas
em se apropriar da coisa pública, transformando-a em bem pessoal, de
família e a seu bel-prazer.
Está ruim? Posso lhe afirmar: o quadro já foi pior.
A simples divulgação dessa situação, é uma assombrosa raridade, impossível de acontecer há alguns anos e décadas.
Nossa República, com quase 124 anos de
vida, nunca navegou por um período tão longo de estabilidade política e
simulacro de democracia, além de relativa robustez econômica.
Engatinhamos, damos trombadas, às vezes fraquejamos e somos descrentes,
mas estamos de pé.
Sim, é possível.
A marcha – com esse jeito novo de tentar
caminhar, ainda será muito árdua, na construção de uma nação de
verdade. Somos ainda um aglomerado humano frágil, muito suscetível à
louvação de falsos rubís e culto a messias ordinários.
A gente aprende.
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