sábado, 24 de dezembro de 2016

O começo do fim O prefeito de Mossoró, Silveira Júnior (PSD), poderá pegar até 12 anos de prisão. A sua sorte está lançada no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (TJRN), que recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPRN), referente ao esquema criminoso envolvendo empresários de postos de combustíveis de Mossoró, descortinado pela Operação Vulcano, em 2012. Segundo o MPRN, Silveira teria negociado e recebido 200 mil reais de propina dos empresários do combustível. Foi o pagamento para que ele, na condição de presidente da Câmara Municipal, viabilizasse a aprovação do projeto de lei que impedia a rede de supermercados Atacadão a concorrer no mercado de combustíveis. No mesmo esquema, relata a peça acusatória, o vereador Jório Nogueira (PSD) e atual presidente da Câmara, embolsou 50 mil reais. Jório também foi denunciado e, igualmente, corre o risco de ser condenado a pagar pena de 2 a 12 anos de prisão. O caso ganhou repercussão, inclusive, na época, Silveira teve a prisão decretada. Ele não chegou a ser preso porque desapareceu da cidade e mandou pessoas próximas divulgar que estava fora do País. Coincidência, ou não, ele só retornou ao solo de Santa Luzia quando o juiz Cláudio Mendes Júnior, titular da 3ª Vara Criminal de Mossoró, deferiu o pedido de relaxamento da prisão. A nova denúncia oferecida pelo Ministério Público é o quinto processo contra o prefeito de Mossoró recebido pelo Tribunal de Justiça do Estado. Os outros quatro tratam-se de práticas de improbidade, que tramitam em passos lentos, porém, com a certeza de que mais cedo ou mais tarde os desembargadores terão que julgar. Vale ressaltar que Silveira é réu, até aqui, apenas por supostos malfeitos praticados no cargo de vereador e de presidente da Câmara Municipal. Pois bem. A Operação Vulcano é tida como “fichinha” diante do que vem pela frente. Existem linhas de investigação de coisas muito mais profundas e graves e que compreendem o período de Silveira na Prefeitura de Mossoró, mandando na terceira maior arrecadação do Estado, entre 2014/2016. O Ministério Público está concentrando as atenções em pontos gravíssimos que, muito provavelmente, referem-se a desfalques nos cofres municipais. As provas juntadas até então são contundentes. O fato é que Silveira conseguiu uma evolução patrimonial supreendente desde que escalou os degraus do Palácio da Resistência. Segundo ele próprio declarou à Justiça Eleitoral, entre 2014 e 2016 o seu patrimônio cresceu 557%. Ressalte-se: o que foi declarado. O espetáculo do crescimento, pessoal, chamou a atenção e, provavelmente, provocou o Ministério Público a procurar descobrir o “elixir” do prefeito.

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