domingo, 25 de junho de 2017

Nas mãos do Moro A semana começa com todos os holofotes voltados para a “República de Curitiba”. É de lá que sairá a sentença do juiz Sérgio Moro que decidirá o futuro político do ex-presidente Lula (PT). O juiz da Lava Jato anunciará se Lula é culpado ou inocente no caso do triplex do Guarujá. O Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula, com farta documentação, de ter recebido o imóvel da construtora OAS como contrapartida às benesses que a empreiteira obteve do governo no período em que ele esteve no poder. Segundo a denúncia, Lula foi beneficiado com, pelo menos, R$ 87,6 milhões dados pela OAS, dos quais, R$ 3,7 milhões foram usados pelo ex-presidente no apartamento de três pavimentos. O MPF pede a condenação de Lula à prisão e uma multa no valor acima descrito. Moro poderá sentenciá-lo a até 22 anos de cadeia – 10 anos por lavagem de dinheiro e 12 por corrupção passiva. A situação do petista é bem delicada, embora em sua própria defesa, como não poderia ser diferente, jura inocência, com argumento que não há provas nos autos do processo. Porém, sem argumentos sólidos. Os seus advogados, que se perderam em argumentos frágeis, chegaram ao absurdo de terem afirmado que os procuradores usariam, na acusação, a mesma teoria aplicada por Hitler em seu primeiro discurso como chanceler da Alemanha, no qual, o ditador nazista defendeu a “elasticidade dos veredictos”. Em outras palavras, que os acusados seriam manifestamente contrários às provas dos autos. O argumento da defesa de Lula cai por terra na vasta documentação juntada pelo MPF, com depoimentos, fotos, escutas telefônicas etc., e derrubado nas alegações finais, em que o empreiteiro Léo Pinheiro, dono da OAS, atesta que o imóvel era mesmo de Lula. Abre aspas: O triplex nunca foi posto à venda e as reformas foram executadas seguindo orientações dos reais proprietários do imóvel, ex-presidente Lula e sua esposa. Fecha aspas. Lula, consciente da provável condenação, partiu para o jogo político, tentando trazer para si o apoio da opinião pública. Em recente evento promovido pelo PT, ele discursou: “Espero que Moro leia os autos e anuncie para o Brasil a minha inocência. Eu já provei que sou inocente. Quero que eles agora provem minha culpa.” Os procuradores, de pronto, rebateram: “A defesa do ex-presidente está usando recursos eticamente duvidosos para atacar. Quer transformar um julgamento de crimes por corrupção em julgamento político.” E emendaram: “Apesar de todas as dificuldades para superar a impunidade, todo esse processo pode restabelecer a crença de que é possível termos um país onde todos sejam efetivamente iguais perante a lei.” Resta, agora, Sérgio Moro fazer valer a Justiça.

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