A política do disse desdisse reprovada nas ruas
O jornalista, poeta e petista histórico Crispiniano Neto, que ajudou Lula a fundar o PT no Brasil, ao entrar na sala do titular da coluna bateu de pronto: “Josivan é hoje o homem mais sem palavra e desacreditado de Mossoró.”Referência ao ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que depois de tudo de ruim que disse contra a deputada Larissa Rosado (PSB), aceitou ser vice dela.
Para justificar a decepção com o ex-companheiro, Crispiniano afirmou que estava apenas repetindo a voz das ruas. “É o que tenho ouvido em todos os cantos que ando”, disse. E, para ilustrar essa convicção, contou o diálogo entre o empresário-radialista Zé Mendes com uma ouvinte do seu programa na Rádio Difusora, ocorrido há poucos dias:
“Seu Zé Mendes eu gosto muito do seu programa e acho o sr. uma pessoa muito boa; tô ligando para pedir um emprego para meu filho que está necessitando trabalhar. O sr. pode me ajudar?” – pediu a ouvinte, para a resposta imediata e positiva de Zé Mendes: “Se o seu menino é trabalhador, pessoa honesta, ele está empregado. Pode me procurar no meu escritório”, disse, para arrematar de forma a não deixar dúvidas: “Seu filho está empregado, quem está garantindo é Zé Mendes, não é o Josivan Barbosa não.”
O diálogo seria engraçado se não fosse trágico, por se tratar de um cidadão que até pouco tempo administrava uma instituição federal de nível superior e gozava da confiança e respeito da sociedade.
Essa condição, é bom deixar claro, não foi construída pela escolha política que Josivan fez, mas, sim, da forma como foi feita. Aceitar ou não um projeto político é condição de cada um; o cidadão tem esse direito; a opção pessoal é intransferível. Agora, o imperdoável é a postura dúbia lesiva à sociedade. No curto espaço de sete dias, Josivan Barbosa disse e desdisse sobre Larissa Rosado, para depois fazer de conta que nada disse e que tudo não passou de um jogo político, como se política tivesse que ser rasteira.
Para o leitor não esquecer, o ex-reitor afirmou que não aceitaria ser vice de Larissa para não entrar na política de forma errada; e que Larissa representava o retrocesso para Mossoró. Uma semana depois, o ex-reitor aceitou ser vice da candidata Rosado, justificando que o que havia dito poucos dias antes fazia parte apenas de um jogo político.
E a palavra do homem como fica? A resposta está nas ruas, no entendimento de Crispiniano Neto, que entende que as pessoas podem até ser convencidas por discursos de ocasião, mas não ser deixarão ser enganada pelo oportunismo de alguns.
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