segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Os dois leões

 
O inimigo de vocês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar. (1Pe 5.8)

Ter o Diabo como inimigo é uma estratégia lógica e conveniente. Na parábola do joio, Jesus conta que um inimigo do fazendeiro que plantou trigo em suas terras, em certa noite, quando todos os colonos estavam dormindo, entrou na propriedade e semeou uma erva ruim, chamada joio, e depois foi embora. Só na explicação da parábola é que Jesus esclarece: “O inimigo que semeia o joio é o próprio Diabo” (Mt 13.39). Essa é uma revelação-chave na história do povo hebreu e na história da igreja.
Na engrenagem da História existe um personagem que às vezes trabalha em surdina (de noite, enquanto todos dormem), às vezes se serve de algum instrumento (uma circunstância apropriada ou um ser humano qualquer, não importa o gênero nem a profissão religiosa), e às vezes trabalha sozinho (“o Diabo chegou perto dele [de Jesus] e disse…”; Mt 4.3). Mas ele é sempre “o inimigo”, não só de Jesus, mas da criação, da humanidade e dos crentes. A história revelada do Diabo começa no terceiro capítulo do primeiro livro da Bíblia (Gn 3.1) e termina no antepenúltimo capítulo do último livro (Ap 20.10). Só conheceremos a história não revelada depois da volta de Cristo (parúsia).
Pedro havia acabado de falar em mente tranquila, como resultado do exercício de colocar a mochila da ansiedade nas costas de Deus (1Pe 5.7). Mas essa paz de espírito não dispensa a vigilância contínua e serena (o desespero só atrapalha) contra certo leão que gira sem parar em torno dos crentes, não para assustar, mas para devorar. Essa vontade de devorar é natural do Diabo. Basta lembrar a história apocalíptica do dragão de boca aberta diante das pernas abertas da mulher grávida na hora do parto. O propósito dele é devorar a criança que está saindo do útero materno, que é salva a tempo para governar todas as nações (Ap 12.1-7). Além do leão que ruge e devora, existe outro leão na história da salvação: é o “Leão da tribo de Judá, o famoso descendente do rei Davi” (Ap 5.5). Esse Leão com “L” maiúsculo é muito mais poderoso que o leão com “l” minúsculo!
– Enquanto há guerra contra o leão que ruge, não posso baixar a guarda!

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