quarta-feira, 29 de outubro de 2014


### - Aderindo às nossas próprias vidas. - ###

quarta-feira
Se o primeiro e mais baixo efeito do sofrimento rompe nossas ilusões de que tudo está bem, o segundo rompe a ilusão de que o que temos, seja bom ou mau em si mesmo, é nosso e o suficiente para nós.
Todo mundo já percebeu o quanto é difícil voltar os nossos pensamentos para Deus quando tudo está indo bem conosco.
É terrível dizer que temos “tudo o que queríamos” se esse “tudo” não inclui Deus. Consideramos Deus uma interrupção. Como diz Santo Agostinho: “Deus quer nos dar algo, mas não pode, porque as nossas mãos já estão cheias – não há lugar para ele colocá-lo”. Ou, como disse um amigo meu: “Referimo-nos a Deus como um piloto se refere ao seu paraquedas: ele está lá para um caso de emergência, mas ele espera nunca precisar usá-lo”. Deus, que nos criou, sabe o que somos e que a nossa alegria se encontra nele. Entretanto, nós não buscaremos essa alegria nele enquanto houver qualquer outro lugar em que seja plausível buscá-la.
Enquanto o que chamamos de “nossa própria vida” nos parecer agradável, não nos entregaremos a ele. Assim, o que é que Deus poderia fazer por nós além de tornar a nossa “própria vida” menos agradável e privar-nos da fonte plausível de falsa alegria?

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