Não fazemos missão, vivemos em missão!
Ainda hoje muitos cristãos acham que um missionário é apenas alguém que vai para uma estação com a mala cheia, com muita fé, e se manda para outra cultura (povo) a fim de comunicar a Cristo. Para quem pensa assim, missão é uma ação que executamos, ou seja, um missionário só é missionário se estiver no que chamam de “campo missionário”. Dentro desta mesma maneira de pensar, um missionário que retorna à igreja local não tem o status do missionário que saiu, nem está mais “fazendo missão”. Essa ideia ainda está impregnada dentro de muitas igrejas e precisa ser desconstruída.
A missão não pode ser limitada em uma agenda e muito menos a um lugar. A missão deve ser em todo o tempo e em todo o lugar. Não fazemos missão; vivemos em missão. A proposta de Jesus para missão está muito mais relacionada a um estilo de vida do que uma atividade (por exemplo, uma viagem) que realizamos.
Devemos ir por todo o mundo e pregar o evangelho (“confins da terra”), mas há uma maioria que não irá, ou seja, permanecerá onde está e também pregará o evangelho (“Jerusalém”). Sendo assim, todos somos missionários, todos estamos em missão. Não é o lugar aonde vamos ou estamos que nos torna missionário, mas o chamado que enche o coração (“Grande Comissão”).
O trabalho que está sendo feito por um missionário na Síria é tão importante quanto a obra missionária que fazemos em nosso bairro, empresa, condomínio, rua, escola ou cidade. Afinal, nenhum trabalho missionário pode glorificar a Deus mais ou menos que outro. Todos o glorificam de igual modo.
Não existe mais honra em falar de Deus em uma igreja recém-plantada entre os hindus do que em uma conversa de amigos na mesa de um restaurante, pois a honra não está no lugar, mas em poder falar no nome de Jesus.
Façamos então de todos nossos caminhos uma forma de comunicar Cristo. Que todos os lugares por onde passamos sejam campos missionários. Que todo o nosso tempo seja em missão.
Abandonemos aquela ânsia de fazer missão, e vivamos em missão, seja anunciando claramente o plano de salvação bíblico, seja nos gestos do partir o pão (“Emaús”). Não se comunica Cristo só de um púlpito, ou quando abrimos (citamos) as Escrituras em uma discussão religiosa. Até mesmo porque, se só assim for, muito pouco revelamos de Jesus, pois por mais que falamos claramente do plano de salvação de Deus, o tempo (oportunidade) que temos nessas conversas é relativamente curto, se o compararmos com ao tempo que podemos revelar Cristo com nossa maneira simples e cotidiana de levar a vida cristã. Como, por exemplo, quando esperamos na fila de uma padaria, quando buscamos nossos filhos na escola, quando fazemos um negócio no trabalho, quando tratamos nossa família, quando desfrutamos de alguma forma de lazer.
Se anunciamos Cristo verbalmente, que vivamos o que pregamos e façamos tudo para a glória de Deus. Os povos ouvirão a nossa voz e validarão nosso discurso vendo a nossa forma de viver. E, vendo as nossas obras, as pessoas também serão convidadas a glorificarem a Deus.
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