quinta-feira, 14 de abril de 2016
Crise no Legislativo pode subir a calçada do Executivo A Câmara Municipal de Mossoró amanheceu a quarta-feira, 13, com dois presidentes: Jório Nogueira (PSD) e Alex do Frango (PMB). O primeiro respaldado, segundo ele, pelo regimento da Casa. O segundo, também afirmando ter a mesma garantia. Ambos com pareceres emitidos por advogados que defendem os seus interesses. O fato é que o regimento da Casa deixa brecha para entendimentos divergentes, quando deveria ser mais claro, o que sugere que os dois estão certos ou errados ao mesmo tempo. Por conta do imbróglio político-administrativo, não houve sessão. Jório chegou cedo, sentou na cadeira de presidente e disse que o cargo lhe pertence. Alex ficou encastelado no seu gabinete, ouvindo assessores e apoiadores. Os demais vereadores se negaram a comparecer ao plenário, impedindo quórum. A situação deve se repetir pelas próximas sessões, tendo em vista que não há ambiente para entendimento. Logo, é possível acreditar que a disputa vai desaguar no Judiciário. E, qualquer que seja a decisão, a crise política no Legislativo ganhará dimensão inimaginável, isso porque os ânimos estão exaltados, de lado a lado, e ainda tem uma turma doida para jogar gasolina na fogueira. Um grupo já sugeriu, inclusive, cobrar de Jório a prestação de contas de sua gestão, e Jório respondeu com outra ameaça, afirmando que se isso ocorrer vai ter que abrir a “caixa preta” do Legislativo. O que isso significa dizer? Bom, se alguém tem medo da “caixa preta” é porque algo de suspeito existe dentro dela. Por gravidade, chamará a atenção do Ministério Público que, a bem da verdade, tem informações que são checadas silenciosamente sobre coisas nada republicanas extraídas do Palácio Rodolfo Fernandes. Bem mais grave do que a “Sal Grosso”, comenta um salgado observador da cena. Noutra ponta, a crise do Legislativo respinga no Palácio da Resistência. Jório Nogueira tem conhecimento de que o prefeito Silveira Júnior (PSD) liberou a bancada para votar pelo seu afastamento. Quatro vereadores com trânsito livre na cozinha do Palácio chegaram a consultar Silveira sobre o voto e o prefeito respondeu que eles ficassem à vontade. Observe que dos 10 votos contrários a Jório, sete foram de vereadores da estreita ligação com o prefeito, inclusive, alguns deles consulta Silveira até para tomar um estomazil. O perfil de Jório não permite ele ficar parado, sem mandar o troco, o que poderá fazê-lo a qualquer momento. Aliás, Jório sabe coisas do Palácio mais do que os palacianos imaginam. Pagar para ver não parece ser um bom negócio.
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