A possibilidade de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) possa assumir a cadeira hoje ocupada pela presidente Dilma Rousseff (PT) vem aumentando, assim como a curiosidade sobre o peemedebista e as pessoas que o cercam. Discreto e tido como “reservado”, Temer é a principal liderança do PMDB, maior partido do Congresso Nacional.
A reportagem do UOL conversou com parlamentares e políticos de dentro e de fora do partido, que apontaram cinco pessoas como as mais próximas do vice-presidente. Todas elas, aliás, integrantes do PMDB.
Hoje, os homens apontados como os mais próximos de Temer são Eliseu Padilha (RS), Henrique Eduardo Alves (RN), Moreira Franco (RJ), Geddel Vieira Lima (BA) e Romero Jucá (RR).
Além da proximidade com o vice-presidente, os cinco têm em comum o fato de já terem ocupado cargos importantes em administrações petistas. Os quatro primeiros foram ministros durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Dilma. Jucá, por sua vez, foi líder do governo no Senado tanto nas gestões de Lula quanto de Dilma.
Agora, os cinco atuam na defesa de Temer contra os ataques do PT e, tanto nos bastidores quanto sob os holofotes, na construção de um possível “governo Temer”, que começaria ainda em 2016 caso o impeachment da presidente Dilma seja aprovado na Câmara e no Senado. O vice-presidente nega que já esteja articulando um novo governo.
Henrique Alves
Filiado ao PMDB desde 1982, Henrique Eduardo Alves tem a experiência de 11 mandatos de deputado federal consecutivos e é considerado o mais próximo de Temer. Segundo ele mesmo, a amizade com o vice-presidente se estreitou durante o período em que Temer era presidente da Câmara e Henrique era líder do PMDB, em 2007.
“Essa amizade cresceu quando atuamos juntos na Câmara, no dia a dia daquela Casa, eu como líder e ele como presidente. Quantas dificuldades passamos? Inúmeras”, afirmou Henrique. Um deputado do PMDB afirma que, dos cinco da “tropa de choque”, Henrique é mais próximo de Temer. “Com o Henrique, não é só uma relação política. É uma amizade, mesmo. Ele escuta o que o Henrique fala. São muitos anos de convivência”, afirmou.
Derrotado nas eleições para o governo do Rio Grande do Norte em 2014, Henrique Alves assumiu o Ministério do Turismo em abril de 2015 como parte de uma estratégia do governo para aumentar o apoio do PMDB no Congresso Nacional. Em meio ao agravamento da crise política, ele deixou o cargo em março deste ano.
Henrique diz, no entanto, que prefere não comentar sua proximidade com o vice. “Eu sou um grande admirador do vice-presidente, sobretudo por sua discrição. Nesse momento tão delicado, não gostaria que ficasse especulando sobre isso”, diz.
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