Temer tenta dissociar Carlos Velloso de Aécio
No melhor estilo Donald Trump, Michel Temer plugou-se à internet nesta quarta-feira para mandar recados por meio do Twitter. Agiu com dois propósitos. Quer dissociar a articulação para a escolha do futuro ministro da Justiça do PSDB de Aécio Neves. Quer também pacificar o PMDB, que ambicionava a pasta.
“Estive com Carlos Velloso ontem”, anotou Temer, ecoando o noticiário sobre a sondagem que fez ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. “Conversamos privadamente por mais de 1h”, acrescentou, para afastar os rumores de que Aécio levou Velloso ao Planalto e teria testemunhado a reunião. “Meu amigo há mais de 35 anos. Marcamos esse encontro diretamente”, enfatizou Temer, como que decidido a enfatizar a ausência de intermediários.
“Continuaremos a conversar nos próximos dias”, escreveu o presidente numa segunda notaa. “A escolha do novo ministro da Justiça será minha, pessoal, sem conotações partidárias”, arrematou, dirigindo-se dessa vez ao PMDB da Câmara. Os correligionários do partido de Temer haviam indicado para o ministério o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). E estão enciumados com as notícias de que Velloso, o novo preferido de Temer para a Justiça, é apadrinhado pelo PSDB.
O mais curioso é que, preocupado em enviar mensagens cifradas para os seus apoiadores, Temer absteve-se de mencionar o mais importante: durante a sondagem, Carlos Vellosso, a essa altura um potencial superior hierárquico da Polícia Federal, informou que considera a Operação Lava “intocável”.
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