Temer deseja controlar a PF que irá interrogá-lo
Michel Temer diz que se dará por satisfeito se passar à história como presidente das reformas. Isso ele provavelmente não vai conseguir. Mas seu lugar na posteridade já está assegurado. Ao autorizar a Polícia Federal a ecaminhar peguntas a Temer para que ele as responda por escrito, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, transformou o atual inquilino no Planalto no primeiro presidente da história a ser interrogado no exercício do mandato sob a suspeita de obstruir a Justiça, receber propina por meio de um ex-assessor e formar uma organização criminosa.
A esse ponto chegou o Brasil. Dois ex-presidente, Lula e Dilma, viraram matéria prima para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. E menos de dez meses depois da deposição de Dilma, o país está novamente às voltas com a perspectiva de queda de mais um presidente.
O Supremo também decidiu que Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, serão investigados no mesmo inquérito. Contra esse pano de fundo, Temer deu carta branca ao novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, para exercer maior controle sobre a Polícia Federal. Nos subterrâneos, Temer adula o amigo da mala da propina. Na superfície, Temer reage à crise com muita presença de espírito. O mais adequado seria a ausência de corpo.
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