Governo cogita alternativas à reforma previdenciária, parada no Congresso
Líderes governistas e ministros de Michel Temer começam a jogar a toalha no embate pela aprovação da reforma da Previdência. Em privado, admitem que não há mais tempo nem condições políticas para a mexer no vespeiro previdenciário. O governo já cogita a adoção de medidas alternativas, pois o Tesouro foi à breca e a Previdência responde por 57% de toda a despesa do governo.
Em evento promovido pelo jornal Valor, na noite desta quinta-feira, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) falou sobre a encrenca. Pela primeira vez, admitiu em público, com outras palavras, que a tarefa de descascar o abacaxi da insustentabilidade das contas previdenciárias deve ser transferida para o presidente a ser eleito em 2018:
“Temos pronto um mapa de medidas, que não é o momento de discutir ou apresentar, caso a Previdência não seja aprovada”, disse Meirelles. “Vamos discutir outros passos, mais estruturais na medida em que economia volte a se recuperar, teremos superávits cada vez maiores.”
O otimismo com que Meirelles fala de “superávits cada vez maiores” contrasta com a penúria que levou o governo a elevar para R$ 159 bilhões sua meta de déficit fiscal para 2017 e também para 2018. A revisão da meta precisa ser avalizada pelo Congresso, às voltas com o enrosco da reforma da legislação que regerá as eleições de 2018. Engolfados por novas prioridades, Executivo e Legislativo olham para a mexida na Previdência pelo retrovisor.
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