quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O desgaste é maior do que a agenda positiva O presidente Michel Temer quando decidiu blindar o amigo-parceiro Moreira Franco das garras da Lava Jato, com a nomeação para cargo de ministro, sabia do desgaste que o seu governo sofreria com a reprovação popular. De fato, a reação negativa foi imediata. Pesquisa CNT divulgada nesta quarta-feira, 15, revela que a apenas 10,3% dos brasileiros aprovam a sua gestão, contra 44,1% de reprovação. Outros 38,9% acham apenas “regular”. S e o Planalto mediu os riscos ao tentar salvar o “gato angorá” da República de Curitiba, a reação negativa aparece além da conta. Paralela a frieza dos números de opinião pública, os movimentos sociais foram despertados pelo barulho da nomeação de Moreira e prometem ocupar o asfalto das metrópoles brasileiros no dia 26 de março . O ronco das ruas será contra a engrenagem maligna, arquitetada pelo Planalto, que visa desmontar a Lava Jato, e contra o estado permanente de corrupção que arrasa o País. Os grupos Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, principais organizadores das manifestações que pediram o impeachment de Dilma (PT), mandaram o recado para o Planalto, direto e de simples entendimento: “Nosso mote será: Brasil sem partido, pois não queremos um STF que se dobre às vontades deste ou de qualquer outro governo, agindo com lentidão para salvar os que têm foro privilegiado, utilizando-se dele para escapar da Justiça.” Para tentar reverter o desgaste, Temer preparou uma pauta positiva. Na terça-feira, 14, requentou o discurso da liberação do dinheiro das contas inativas do FGTS, com cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar o calendário de saque. A bondade havia sido anunciada em dezembro do ano passado. Nesta quarta-feira, 15, o presidente participou de uma cerimônia de anúncio da liberação de milho dos estoques governamentais, com ligação direta ao sofrido homem do campo. E hoje, Temer participará de mais uma cerimônia, para sancionar a medida provisória que reforma o ensino médio, aprovado pelo Congresso Nacional em 2016. O Planalto ainda aposta para reverter o clima de insatisfação, nas boas notícias da economia nacional, com queda da inflação e a previsão de crescimento do PIB, mesmo em escala tímida. Temer tem repetido em todos eventos públicos, por exemplo, que a inflação de janeiro foi a menor dos últimos 20 anos, tentando fazer acreditar que a vida dos brasileiros começa a melhorar. É o jogo do fato e da versão que, por enquanto, tem dado certo, mas daqui a pouco os brasileiros estarão nas ruas, se o governo cuidar melhor da imagem moral e ética.

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