quarta-feira, 24 de maio de 2017

Cai ou não cai? A pergunta do momento é: quando Temer cairá? Para os mais céticos, a cadeira de presidente da República ficará com vaga com o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que terá início daqui a 12 dias. Dão a cassação como certa, pois entendem que a Corte Eleitoral não encontrará outra alternativa diante da pressão popular que subiu de temperatura com a delação da JBS. Os mais centrados em Brasília, aqueles que observam a movimentação mais próximos da realidade, apostam que Temer renunciará antes de os ministros do TSE ocupar o Pleno para o início do seu martírio. Eles se baseiam no perfil do presidente, que não permite ir à forca para se transformar em suposto mártir. Longe disso. A outra via, o impeachment, é peça descartada. Não há ambiente no Congresso Nacional que sustente essa possibilidade. Inclusive, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), tem afirmado de público que o tema esteja em discussão na Casa e, nos bastidores, confidenciado a aliados que não será pela sua caneta que Temer cairá. Maia, reconheça-se, tem sido aliado fiel do inquilino do Palácio Jaburu. Mas, por que Temer não renuncia logo? De repente, quem sabe, quando esta coluna estiver sendo lida, ele já não será um ex-presidente? O fato é que Temer pode renunciar a qualquer momento. Ele apenas negocia a melhor saída, por ter a convicção, como todos têm, que o seu governo se acabou, muito embora o direito de tentar até o último momento lhe seja legítimo. No entanto, na velocidade com que novas revelações aparecem, do escândalo JBS e/ou de outros casos de corrupção, a situação vai ficando ainda mais insustentável. A crise no Planalto, neste momento, vai muito além da delação do garoto da Friboi, à medida que o governo perder legitimidade. Com ele, o país não anda. Sem ele, pode voltar a respirar. Natural que se compreenda que a busca por saída da crise – aí, entende-se renúncia de Temer – não se dará no estalar de dedos, pela complexidade do processo, e se torna ainda mais difícil quando existe a contenda absurda no campo da política partidária. Pois bem… A queda é certa. Os refletores devem se voltar para a engenharia política de onde se extrairá o sucessor para concluir o mandato. FHC? Henrique Meirelles? Tasso Jereissati? Rodrigo Maia? São nomes que flutuam nos bastidores e não seria mera prática de futurologia apontar para um desses. Porém, o que deve ser levado em conta neste momento de crise profunda é o compromisso com o país. Aí, o grande problema. Nenhum deles se mostra sensível à causa republicana, aos interesses coletivos, mas, sim, a projeto de poder. Será que a queda de Temer mudará o país?

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