O prefeito de Traipu (175 km de Maceió), Marcos Antônio dos Santos (PTB), preso nesta terça-feira (22) pela Polícia Civil de Alagoas, é suspeito de desviar dinheiro de um programa criado por ele próprio para atender famílias pobres do município.
As famílias, segundo investigação do Ministério Público Estadual, recebiam bolsas que variavam entre R$ 50 e R$ 250 por mês, que eram pagas em dinheiro.
Prefeito alagoano é preso após 2 meses foragido
Os cheques para pagamento do benefício, no entanto, eram nominais à Secretaria de Assistência Social, comandada pela primeira-dama Juliana Kummer.
Parte do dinheiro destinado ao programa, segundo investigação do Ministério Público Estadual, era desviado.
O prefeito de Traipu teve a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. O pedido de prisão foi feito na semana passada pelo Ministério Público do Estado, que temia uma possível destruição de provas.
Santos foi denunciado pelo Ministério Público sob acusação de diversos crimes contra a administração pública, envolvendo desvio de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Outras 18 pessoas, entre elas a primeira-dama do município, também foram denunciadas.
Segundo o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Eduardo Tavares, além dos desvios no programa de transferência de renda, o prefeito utilizava outras formas de desvio do dinheiro público. A estimativa é que tenha desviado R$ 7,3 milhões em três anos.
"Trata-se de um agente público envolvido em diversas formas de crimes contra administração, desvio de dinheiro, corrupção, fraudes em licitações, falsidade de documentos", disse o procurador-geral.
Em setembro, o prefeito teve prisão decretada pela Justiça Federal, mas conseguiu escapar de uma operação da Polícia Federal montada para prendê-lo e para desarticular um esquema que desviava recursos do Fundeb e do transporte escolar.
Há suspeita de que a informação sobre a operação tenha vazado e ele tenha fugido de barco pelo rio São Francisco para evitar a prisão.
Desde então, o prefeito estava foragido. Na semana passada, ele obteve um habeas corpus e retornou ao município.
A reportagem não conseguiu falar com os advogados do prefeito.
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