quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Portanto, irmãos, temos plena confiança [...] aproximemo-nos de Deus [...] Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos [...] consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. [Hebreus 10.19, 22-24]
Esta tríplice exortação está em sintonia com o esquema e o ministério do templo. O templo era dividido em dois setores ou salas, sendo que o menor e mais isolado era o lugar chamado de Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo. Era ali que a glória shekinah, símbolo da presença de Deus, se manifestava. Uma cortina grossa (o “véu”) separava as duas salas e barrava a entrada ao Santo dos Santos. O acesso ao Lugar Santíssimo era estritamente proibido, exceto para uma única pessoa (o sumo sacerdote) em uma ocasião específica (o Dia da Expiação) sob determinada condição (que levasse consigo o sangue de um sacrifício).
O autor de Hebreus parte do pressuposto que seus leitores conhecem todas essas coisas e entendem que elas se cumpriram no sumo sacerdócio e no sacrifício de Jesus. O acesso através do véu à presença de Deus estava agora aberto a todos os crentes. Assim, ele diz:
1.“Aproximemo-nos de Deus” (v. 22) com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e tendo os nossos corpos lavados com água pura. Esse acesso contínuo a Deus é o maior de todos os privilégios.
2. “Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos” (v. 23). A esperança cristã (que é a expectativa confiante) se concentra na vinda de Cristo e na glória vindoura. Porém, como podemos permanecer firmes nessa esperança quando tantos, até mesmo dentro da igreja, desistiram? Só há uma maneira: confiando que “aquele que prometeu é fiel” (v. 23). O Senhor Jesus prometeu que viria com poder e grande glória, e ele cumpre suas promessas.
3. “Consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras” (v. 24). O autor coloca claramente que seus leitores estavam deixando de se reunir. Para os cristãos, a mutualidade (a atitude de desafiar e encorajar uns aos outros) depende da regularidade nos encontros.
Estas são as características da vida cristã que somos exortados a viver: buscar a Deus pela fé, esperar por Cristo com esperança, e encorajar uns aos outros em amor. Trata-se do conhecido trio que une a fé, a esperança e o amor.
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