O brasileiro paga o alto preço da luta pelo poder
A impopularidade do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na casa dos 70%, segundo todas as pesquisas, não é obra da oposição nem das dificuldades impostas pelo Congresso Nacional, sob a batuta dos astutos Eduardo Cunha (Câmara) e Renan Calheiros (Senado), ambos do PMDB do vice-presidente Michel Temer; é culpa dos desacertos do primeiro governo Dilma.
A conta chegou agora e o Governo não tem como pagar sem afetar a vida dos brasileiros.
É preciso ser dito que, na primeira gestão, Dilma fez uma maquiagem nas contas públicas, como forma de camuflar a crise financeira e preservar a sua candidatura à reeleição. Isso está custando caro ao País, com inflação em alta e a pior recessão desde a redemocratização, superando até a de Marechal Deodoro.
Sem falar no rebaixamento de agências de riscos e o comprometimento do Plano Real, reserva que o Brasil protege desde a sua criação em meados dos anos 90, pelas mãos do ministro e depois presidente Fernando Henrique Cardoso.
O primeiro mandato de Dilma, com a economia já sentindo os efeitos da crise mundial, batizada pelo governo do PT como uma “marolinha”, deveria ter cuidado do País com responsabilidade, evitando as extravagâncias eleitorais com dinheiro público; não o fez.
Pelo contrário.
Distribuiu bondades com os recursos que não teriam como ser cobertos depois. Aumentou os gastos do “Bolsa Família”, derramou dinheiro no “Minha Casa, Minha Vida” e ainda ofereceu um cartão para o beneficiado da “classe C” comprar fiado produtos da linha branca, como geladeira, fogão, forno etc..
É como se você, leitor, numa comparação rude, estivesse devendo o seu salário do final do mês e fizesse uma nova conta em cima pagar no mês seguinte. Logo, claro, essa conta não bateria.
O fato é que Dilma fez assim, ou mesmo pior, quando perdeu completamente o controle da situação. De bom, para ela, veio a renovação do mandato. Projeto de poder preservado.
Só que o recibo da dívida bateu à porta dos brasileiros no dia seguinte. Aumento da conta de luz, de água, dos combustíveis, dos remédios, da cesta básica.
Sem dinheiro no bolso, indevidamente inevitável. E o poder de compra desceu a ladeira, as vendas acompanharam a queda.
A indústria perdeu fôlego, o setor produtivo, idem. Por consequência, o desemprego se estabeleceu nas camadas menos favorecidos.
A vida dos brasileiros vai de pior a pior.
Daí, a reprovação do governo da presidente Dilma, que é legítimo, diga-se, mas que perdeu completamente o respaldo da nação.
Enquanto isso, a oposição vai rindo da desgraça do País.
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