Perdão e comunhão além do erro
Depois de roubar na casa de Filemom, como geralmente se deduz (v.18-19)*, Onésimo fugiu para Roma, onde foi preso. Na prisão, conheceu Paulo, que o evangelizou (v.10). Agora, convertido e solto, retorna à casa do seu senhor por ordem do apóstolo. Da prisão, Paulo escreveu uma carta, pedindo que Filemom recebesse de volta o escravo como um irmão amado (Fm.12,16), a quem o apóstolo tratava como filho (v.10).
O escravo tornou-se um irmão, mas continuava escravo. Sua condição social não mudou por causa da conversão. Ele não se tornou um grande empresário. Contudo, era uma nova criatura em Cristo e nunca mais roubaria. A mudança de caráter aconteceu. Muito mais poderia acontecer, mas o propósito imediato do evangelho foi realizado. A Filemom caberia perdoar, receber e amar o escravo, apesar de tudo.
Vivemos hoje situações diferentes nas quais os mesmos princípios tornam-se necessários. Somos capazes de amar as pessoas depois dos erros cometidos? Precisamos lembrar que o irmão errado continua sendo o irmão amado. Não vamos concordar com o erro, mas sempre lembrar que nenhum de nós é perfeito. Amanhã, o errado pode ser você, ou eu.
Se o irmão pecou, continua sendo um irmão amado. Se fez algo que não está de acordo com as minhas preferências ou convicções, continua sendo um irmão amado e não um ex-irmão. Considere aquele irmão que errou ou que pertence a uma igreja diferente da sua, como alguém que vai morar no céu com você por toda a eternidade. Não é errado pensar assim, mesmo que não se tenha certeza da salvação alheia. Errado é tratar o irmão como se fosse um adversário.
Devemos, sempre que possível, fazer diferença entre o erro e a pessoa errada, dando-lhe oportunidade de consertar. Contudo, você tem o direito de se proteger. Filemom conhecia Onésimo, que agora voltaria com a preciosa recomendação do apóstolo Paulo. Cuidado ao receber pessoas que você não conhece. Cuidado com os falsos mestres, que falam de Deus apenas para alcançar seus próprios interesses.
“Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa nem tampouco o saudeis” (2 João 10).
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