terça-feira, 10 de novembro de 2015

Terra arrasada à espera de um ‘milagre’
O pedido da ex-deputada federal Sandra Rosado (PSD) para o repórter investigativo Eduardo Faustini, do quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui?”, da Rede Globo, vir a Mossoró “conhecer o maior escândalo administrativo” na Prefeitura da cidade (veja reportagem da página 3 – política), reflete o sentimento da população; e é justificado por denúncias de uso suspeito do dinheiro público na gestão do prefeito Silveira Júnior (PSD).
O próprio pedido de Sandra é acompanhado de denúncia grave sobre suposto pagamento de propina, quando ela escreve em seu endereço social que “30% aqui é pouco”, numa referência à reportagem do Fantástico de domingo que apresentou flagrantes de prefeitos espalmando dinheiro do povo.
O que a ex-deputada afirma é acompanhado de outros escândalos que estão pipocando. O líder do prefeito na Câmara, vereador Soldado Jadson (SDD), denunciou que a Prefeitura está pagando supersalários a um grupo privilegiados de agentes do trânsito.
Segundo ele, tem agente recebendo mais de R$ 12 mil por mês quando o salário base da categoria é de R$ 1.900. O vereador Lairinho Rosado (PSB) denunciou que a Prefeitura paga aluguel de carros de vereadores da bancada governista, sem que esses carros estejam rodando.
O vereador Tomaz Neto (PDT) denunciou a existência do esquema de aluguel de imóveis que sequer são ocupados pela Prefeitura, apontando, inclusive, uma casa no bairro Nova Betânia que serviu de comitê de campanha do prefeito, hoje fechada, mas alugada ao município.
O vereador Francisco Carlos (PV) denunciou o esquema dos empregos terceirizados, mais de mil, com funções que deixaram de existir há anos, como é o caso de “digitador”. Conforme relatório apresentado pelo vereador, a Prefeitura contratou e paga 170 “digitadores” através de empresas terceirizadas.
Soma-se, aí, sinais de evolução patrimonial do prefeito e de pessoas próximas a ele, que não é compatível com os salários que recebem.
Esse volume de coisas suspeitas, muitas documentadas, emergem no momento em que o prefeito pede à Câmara Municipal a autorização para colocar as mãos na receita antecipada dos royalties de petróleo, sem especificar valores ou como irá gastar o dinheiro, num verdadeiro “saque no escuro”.
Daí, a sociedade se manifestar, através da imprensa e nas redes sociais: O Ministério Público não está vendo isso ou não vai fazer nada?
Os inquilinos do Palácio da Resistência apostam que não.
A sociedade, embora desconfiada, ainda mantém uma faísca de esperança.
Mossoró está entregue?

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