quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Desalentador cenário da insegurança A segunda parte do mês de janeiro, a partir do primeiro corpo mutilado na Alcaçuz, todos os holofotes foram direcionados para a chacina no maior presídio estadual do Rio Grande do Norte. Os dias se seguiram como um filme de terror, imagens assustadoras, de cabeças degoladas e corpos desfigurados, atraindo a imprensa nacional e mundial, que fizeram cobertura em tempo real. Longe dali, no interiorzão sofrido, e igualmente abandonado, outra modalidade de crime cresceu assustadoramente, evidentemente, beneficiada pela completa ausência do aparelho policial. Os homens da segurança pública estavam todos concentrados em torno da Alcaçuz, de Nísia Floresta à Grande Natal. Com o resto do Estado descoberto, bandidos fizeram a ocupação sem maior resistência. Veja, por (mau) exemplo, a performance das quadrilhas de assaltos a bancos em seguidas ações no interior potiguar: Dia 5 de janeiro, explosão das agências do Banco do Brasil e Bradesco do município de Baraúna (região Oeste); Dia 6 de janeiro, explosão do Bradesco de Cerro-Corá (Seridó); Dia 13 de janeiro, ataque à agência do Bradesco de Japi (região do Trairi); Dia 16 de janeiro, explosão do Banco do Brasil de São José do Campestre (Agreste); Dia 25 de janeiro, explosão do Bradesco de Tangará (região Central); Dia 2 de fevereiro, ataque e explosão da agência do Banco do Brasil de Umarizal (região Oeste); Dia 6 de fevereiro, ataque e destruição das agências do Banco do Brasil e Bradesco de São Paulo do Potengi (região Potengi). Foram oito ataques, todos com explosão (dinamite), nenhum bandido preso, nenhuma quadrilha descortinada. Na maior parte dos episódios, os criminosos levaram vantagem em número de homens, de armas, de veículos e de estratégia frente à uma polícia fragilizada e sem as mínimas condições de combate. O início do novo ano é pior ainda. Mais de 200 homicídios no Estado, com destaque mais do que negativo em Mossoró, com quase três dezenas de assassinatos e nenhum autor preso ou sequer suspeito. Somam-se aí os números de assaltos, roubos de motos e carros, furtos, arrombamentos, etc. etc. etc.. O que incomoda é que não há qualquer perspectiva de melhora. No momento, o governo foca e concentra esforços na reconstrução do sistema prisional, falido e acabado há anos, com promessa de gastos na construção de novos presídios para desativar a famigerada Alcaçuz. Quanto ao simples policiamento de rua, fora das cercanias da capital, pouco será feito ou nada. Não existe plano, nem estratégia. Apenas a certeza que a insegurança continuará. Infelizmente.

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