sábado, 4 de fevereiro de 2017

Francamente A primazia dos detalhes é do jornalista Josias de Souza, em seu concorrido blog hospedado no portal UOL: “Chamados de “golpistas” e “assassinos” por militantes petistas na entrada do Hospital Sírio-Libanês, Michel Temer e sua comitiva foram recebidos por Lula na noite desta quinta-feira com rara cordialidade. O líder máximo do PT agradeceu comovido à solidariedade recebida após a confirmação da morte de sua mulher, Marisa Letícia. Em meio à tristeza, encontrou disposição para falar de política. Lula distribuiu conselhos a Temer: “Não se faz reforma da Previdência com o país em recessão”. Queixou-se do Supremo Tribunal Federal: “Está acovardado”. Abriu uma fresta para o diálogo: “Michel, quando quiser conversar comigo, me chame. Não posso é ficar me oferecendo.” E Temer: “Ah, com essa abertura, vou chamar muitas vezes.” Temer hesitara em voar para São Paulo. Receava não ser bem-vindo. Sondado, Lula estimulou a viagem. Acompanharam o presidente pajés do PMDB (Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Eunício Oliveira, por exemplo), um par de estrelas do tucanato (José Serra e Cássio Cunha Lima) e ministros (Moreira Franco e Hélder Barbalho). Vencido o “corredor polonês” da entrada, os temores dissiparam-se já na fase de cumprimentos. Lula foi de mão em mão. Abraçou do “golpista” Temer ao arquirrival Serra. Disse que a vida lhe ensinou a ”separar divergências políticas e embates eleitorais da amizade.” Fez menções elogiosas ao grão-tucano Fernando Henrique Cardoso, que o visitara mais cedo no hospital. O encontro com FHC, disse Lula, sinalizava para a juventude a necessidade de superar o ódio e a intolerância que intoxicaram a política brasileira. Lula não se recordou – ou lembrou de esquecer ­ que é de sua autoria o bordão “nós contra eles”, que eletrizava a militância petista nos embates eleitorais contra o tucanato. “Todos nós aqui temos a responsabilidade de fazer esse país se reencontrar e voltar a sorrir”, declarou aos visitantes. Virando-se para José Sarney, Lula evocou uma viagem em que os ex-presidentes brasileiros fizeram à África do Sul, a convite de Dilma. Integraram a comitiva presidencial, além de Lula e Sarney, Fernando Henrique e Fernando Collor. Foram assistir ao funeral de Nélson Mandela. “Na volta, combinamos de fazer encontros com certa frequência. Mas, depois de descer a escada do avião, cada um foi para sua casa e nunca mais nos encontramos.” Lamentou não ter dialogado com FHC quando estava na Presidência.” A cordialidade relatada por Josias de Souza é um tapa na cara dos idiotas funcionais, “metralhas” e “coxinhas”, que trocam farpas de baixo nível desde o anúncio da morte de Dona Marisa. Francamente.

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