quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Insegurança II O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre Moraes, estará em Natal nesta quinta-feira, 2. Vem implantar o projeto-piloto do Plano Nacional de Segurança. No dia seguinte, cumprirá a mesma missão em Aracaju, capital de Sergipe. Natal não era prioridade. Porém, a chacina na penitenciária de Alcaçuz, com 26 mortes e presos degolados, que assombrou o País, fez o Governo Federal decidir colocar os primeiros alicerces do Plano Nacional de Segurança em solo potiguar. Alcaçuz, pela agonia que viveu em duas semanas seguintes, passou a ser o símbolo da falência do sistema prisional brasileiro, logo, o governo teria que dar uma resposta a partir de Natal. Antes, por determinação do presidente Temer, a Força Nacional desembarcou para colocar ordem no maior presídio do Rio Grande do Norte, e fez questão, através de fotos distribuídas à imprensa, de exibir a bandeira do Brasil fincada no local que antes tremulavam as bandeiras das facções criminosas PCC e Sindicato do Crime RN. O Plano Nacional de Segurança consiste na parceria entre o Governo Federal e os governos estaduais para o enfrentamento da criminalidade. Pauta-se em três pilares básicos: 1 –Integração; 2 – Colaboração; 3 – Cooperação. Para o alcance de três objetivos principais: combater e reduzir o número de homicídios dolosos, feminicídios e crimes de violência contra a mulher; modernizar e racionalizar o sistema penitenciário; e dar combate integrado à criminalidade organizada transnacional. Boa parte das ações previstas está baseada na implementação de ações de inteligência conjuntas entre as Polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar e as áreas penitenciárias federal e estaduais. Mapas, que serão atualizados em tempo real, foram feitos de todas as capitais. Eles marcarão os locais onde ocorreram e ocorrem os crimes em cada uma dessas cidades, permitindo que sejam feitas operações conjuntas para combatê-los, com o uso das polícias em nível federal e estadual e também a Força Nacional. Pois bem. O Plano Nacional de Segurança é um alento. Nele a população vai depositar as suas últimas esperanças, haja vista que até aqui as ações locais foram insuficientes para o enfrentamento da violência. Os grupos criminosos mostram-se bem mais aparelhados e preparados do que o sistema de segurança dos estados, em particular no RN. Basta observar a escalada da violência comprovada em números. Os índices de homicídios se multiplicaram nos últimos anos e alcançaram patamares absurdos. Em Mossoró, no ano passado, foram registrados mais de 200 assassinatos. No primeiro mês de 2017, foram 20 homicídios, mais de uma morte a cada 48 horas. E o cidadão, sem proteção, está apavorado e preso em casa.

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