Lula descobre em Moro o demônio providencial
A estratégia de Lula para lidar com o drama da Lava Jato é um sucesso político que tenta disfarçar uma um fracasso jurídico. O êxito político de Lula está baseado numa regra da propaganda segundo a qual tudo pode ser compreendido se for personalizado. O mal, como abstração, é difícil de ser enxergado. Mas basta dar ao mal um nome e um par de chifres e você passa a ter um inimigo nítido. O demônio de Lula se chama Sergio Moro.
Afora as encrencas que estão no forno, há cinco ações penais correndo contra Lula. Muita gente está no encalço do pajé do PT: investigadores da Polícia Federal, procuradores da República de Curitiba e de Brasília, magistrados lotados nas duas praças, delatores em profusão. Mas Lula, dono de uma intuição política notável, escolheu um demônio: Sergio Moro.
A coleção de evidências que se acumulam contra Lula nos processos enquanto o réu organiza a conflagração em defesa de sua candidatura já tem uma cara: Sergio Moro. E Lula tem um demônio providencial para o qual transferir as suas culpas. O réu resume sua resposta à acusação de que cometeu os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa em duas palavras: é perseguição política. Tudo muito engenhoso. O problema é que vai chegar a hora em que as sentenças judiciais darão uma nova cara ao demônio. Nesse instante Lula ganhará a aparência de um anti-heroi, um personagem que trocou uma biografia épica por uns trocados e alguns confortos.
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