sábado, 24 de junho de 2017
Guardiões da política imoral A interminável Operação Lava Jato fez aparecer, além dos apelidos icônicos, diversos personagens fantasmagóricos afugentados pelo medo de serem pegos. Os guardiões do dinheiro sujo, pós-graduandos em dar um “jeitinho”, professores da malandragem, nascidos e criados no berço da política imoral, ou não, talvez o correto seria dizer: da negativa da política. Política mesmo é outra coisa. Digo isso porque a política é a ciência da governança e o que eles fazem é a concretude do desgoverno, do retrocesso, da calamidade. Ou, talvez, governem em prol dos motivos mais insalubres. Realmente, conseguem prover a boa saúde, o bom emprego, a boa escolaridade (não educação), o extremo lazer para si e para os seus, nunca visando à coletividade. Os guardiões a quem me dirijo estão travestidos com as mais diversas alegorias, tentando esconder o que realmente guardam na sua essência. São eles, os guardiões da família e da palavra de Deus que usam tal prerrogativa para se blindar, ludibriando a boa vontade dos fiéis e a sua crença. Como questionar um bom pastor que não tira a palavra de Deus debaixo do braço? Há, também, aqueles que carregam o discurso da igualdade, do trabalho, da coletividade. Levantam bandeiras dos movimentos sociais, se contorcem diante do machismo, do racismo, da homofobia, da injustiça e iludem milhares de jovens e adultos que precisam de verdadeiros representantes para as suas causas. Podemos citar os coadjuvantes, nunca incorporam o papel principal, comem pelas beiradas, só ouvimos seu nome em votação de matéria importante, que acabam ali desaguando o seu voto diante de uma diretriz que não lhe pertence, com o objetivo de agaranhar fundos para o próximo pleito. Existem os comandantes, esses presentes quase todos os dias nas matérias dos grandes jornais, comandando os grandes esquemas de corrupção, orquestrando por debaixo dos panos a próxima jogada que coadune com os seus interesses. Além deles, há diversos outros, que passam quatro ou oito anos sendo guardiões dos seus interesses e que, quando precisam, se jogam nas ruas, escutam e encantam o povo carente, iludem até os bem intencionados, fingem que vão mudar, prometem, prometem e prometem. Acontece que os guardiões da política imoral estão sendo, cotidianamente, expostos pela maior operação de combate à corrupção já vista no Brasil, e os brasileiros estão acordando dentro de si um amadurecimento necessário para que, quem sabe um dia, tenhamos verdadeiros representantes do povo. (Brena Santos – Advogada)
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