domingo, 30 de dezembro de 2012

Cumplicidade

Micarla de Sousa não está só


É infantil ou desonesto se proclamar Micarla de Sousa (PV) como única culpada pela insolvência de Natal. Boa parte da Câmara Municipal é cúmplice dos crimes praticados contra uma cidade inteira, que afeta desde sua auto-estima às finanças públicas.
Se existisse um Legislativo cônscio de suas obrigações constitucionais, sobretudo de fiscalização, Natal não teria chegado a esse estágio.
O princípio da separação dos poderes, fundamental à manutenção da democracia moderna, tem como essência impedir a concentração de força nas mãos de pessoa, grupo etc., comum no absolutismo ou em democracias fajutas, como a nossa.
Saliente-se que esse “sistema de freio e contrapeso” mantém o Estado (instituição política) de forma unificada, com poderes e órgãos diversos cumprindo seus respectivos papeis. Para sermos mais claros: estão juntos, mas cada um com suas obrigações, devendo barrar excessos de lado a lado.
É um conceito da ciência política fincado na chamada “Teoria da Separação dos Poderes”, sistematizada pelo pensador francês Charles de Montesquieu, a partir de estudos anteriores de Platão e John Locke. Todo um trabalho científico montado ao longo de mais de 2 mil e 400 anos foi transformado em coisa nenhuma em Natal, em face de interesses escusos.
A prefeita afastada e seus cabras da peste arrepiaram e sua maioria na Câmara assinava embaixo ou fechava os olhos. Partilhava do butim e da voracidade predatória que emergiam da prefeitura.
Natal precisa cobrar explicações também desses senhores.
Micarla não está só.

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