domingo, 24 de agosto de 2014

Combate à corrupção fora do debate, até aqui

Encerrada a primeira semana de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, um tema foi ignorado por todos os candidatos a governador do Rio Grande do Norte: a ética e a honestidade na administração pública.
Sim, é importante, tanto quanto debater saúde, educação e segurança pública. Não tem como um governo ter bons índices nessas áreas vitais, se o dinheiro público não é tratado com zelo.
Os candidatos devem assumir esse compromisso com o cidadão, até porque o combate à corrupção é um dos legados do atual governo, que fez estancar a sequência de escândalos no RN que marcaram os 16 anos das gestões Garibaldi Filho (de 1995 a 2002) e Wilma de Faria (de 2003 a 2010).
Observe que, nos últimos quatro anos, o Governo do Estado se livrou do noticiário de escândalos que marcaram as administrações anteriores pelas operações “Hygia”, “Foliaduto”, “Foliatur”, “Ponte de Todos”, “Adutoras”, “Dinheiro da Cosern”, “Sinal Fechado”, “Via Ápia”, “Ouro Negro”, entre outros.
O dinheiro que escorreu pelo ralo, nessa infinidade de roubalheira, seria destinado à educação, saúde e segurança. Certamente, se os recursos tivessem chegado ao seu destino final, essas áreas estariam hoje com melhores índices, beneficiando diretamente as pessoas localizadas nas camadas mais carentes. Se deixar roubar, vai faltar os recursos para atender as demandas populares.
Essa é uma conta simples que afundou o Estado. E o Estado só sairá do buraco se os escândalos de corrupção não voltarem. Portanto, esse debate é importantíssimo. O cidadão-eleitor tem o direito de saber em quem votar e quais são as suas intenções.
É preciso expor a carreira pública de cada um dos envolvidos no processo, para que não seja cometido o pecado de devolver a chave do cofre a quem usou distanciando-se da ética e da honestidade. Não vai daqui o julgamento deste ou daquele candidato, pois a tarefa de julgar é do eleitor.
Porém, é obrigação do formador de opinião sugerir o debate, principalmente sob o ponto de vista da defesa do patrimônio público. Não é aceitável – nem a sociedade deseja isso – entregar o futuro das pessoas nas mãos de políticos desonestos. E, para se livrar deles, somente com o voto.
Por isso, o guia eleitoral no rádio e na televisão deve ser usado para expor quem é quem. O que não pode é o eleitor votar sem saber do histórico do candidato que se propõe a representá-lo no Governo do Estado, na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
A hora do debate é agora.

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