sexta-feira, 11 de setembro de 2015

### - Minirreforma política frustra o brasileiro Frustração. Esse é o sentimento de quem esperava uma reforma política ampla. O País alimentou a expectativa por achar que as manifestações populares haviam pressionado o Congresso para as grandes mudanças. Nada feito. A minirreforma, que sai da Câmara dos Deputados para a sanção presidencial, não representa nenhum avanço substantivo, uma vez que manteve vícios prejudiciais à democracia, além de reforçar regras frouxas ao combate à corrupção eleitoral. Dois pontos negativos se sobrepõem: 1 – A doação de empresas a partidos; 2 – A “janela” para troca de partido, acompanhada da redução do prazo, de 1 ano para seis, para filiação partidária com vistas às eleições do ano seguinte. No primeiro caso, os deputados afrontaram a sociedade, que em todas as manifestações de rua, desde a registrada em 2013, exige o fim do financiamento privado de campanha. A rejeição a esse tipo de financiamento se agravou ainda mais com o escândalo na Petrobras, em que as construtoras do País aparecem admitindo que o dinheiro roubado, em parte, pulverizou campanhas eleitorais em todos os níveis. O Senado entendeu melhor o sentimento da nação, aprovando o fim do financiamento privado, mas acabou atropelado pelo desejo da maioria da Câmara, que restabeleceu o texto original. No segundo caso, a “janela” para a infidelidade partidária bate de frente com a moralização e fortalecimento dos partidos. Por gravidade, eleva o político a patamar superior às instituições partidárias, o que é um absurdo. No projeto de reforma política que saiu das bases, do seio da sociedade, a fidelidade partidária era ponto de destaque. Outras alterações, pontuais, não acrescentaram muita coisa. Nenhum dos pontos, vistos como positivos, são capazes de transmitir seriedade à minirrreforma. Pois bem: O Congresso, deliberadamente, se negou a fazer as grandes mudanças. Optou por manter um ambiente sujeito à corrupção, ao vício ou às facilidades para quem tem mandato. Ficou devendo. A nação assiste a tudo. Calada, no momento. No entanto, se engana quem imagina que os brasileiros estão contentes, porque não reclamaram ainda, ou inertes ao que foi feito pelos deputados. Daqui a pouco, o asfalto poderá ser ocupado outra vez, e com maior intensidade do que as manifestações já realizadas. Para finalizar, um fio de esperança: a minirreforma precisa da sanção presidencial, e quem sabe Dilma Rousseff (PT) não passe a navalha nos pontos nocivos, como o financiamento privado e a janela da vergonha. - ###

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