A “Operação Vulcano”, detonada ontem pela Polícia Federal, com apoio do Ministério Público, tem um apelo popular muito forte, à medida que atacou um problema que castiga o cidadão mossoroense há anos: o cartel dos combustíveis. QueM não aguardaria uma ação contundente como a de ontem?
Não vai daqui nenhum juízo de valor aos nomes que foram envolvidos. Não é esse o propósito da coluna. A investigação da PF ao final se transformará em peça processual a ser oferecida à Justiça, em que será feito o julgamento justo e devido. Esse é um fato.
A outra situação está exatamente na “Casa do Povo”. O Palácio Rodolfo Fernandes, sede da Câmara Municipal, voltou ao cenário negativo, no momento em que a sua imagem era retocada pela gestão do presidente Francisco José da Silveira Júnior (PSD), que teve prisão decretada pela Justiça ao lado do colega Claudionor dos Santos (PMDB). O Legislativo, provavelmente, experimentava o seu melhor momento depois da barulhenta “Operação Sal Grosso”, realizada pela Polícia Federal em novembro de 2007.
Naquele ano, com a prisão do então presidente Júnior Escóssia (DEM) e o envolvimento de 12 dos 13 inquilinos da Casa – dos quais nove foram condenados recentemente –, a Casa legislativa desceu ao seu estágiomenor, tornando-se insuportável à opinião pública. Crise profunda, com consequências nas eleições do ano seguinte, em 2008. Dos que tiveram os nomes envolvidos no escândalo dos empréstimos consignados, apenas quatro renovaram os mandatos. Outros oito foram reprovados nas urnas. Esperava-se, a partir dali, o processo de reconstrução da Câmara, com o cidadão exigindo uma assepsia profunda, sem direito a erros ou fatos desabonadores, como o que está acontecendo agora.
A presença da Polícia Federal na Casa, por si só, remete ao escândalo do passado e, por gravidade, sugere a desconfiança da população de que pouco ou nada mudou. Evidentemente, não se deve generalizar, muito menos fazer prejulgamento, pois todos são inocentes até que provem o contrário. No entanto, não se pode desprezar que a “Operação Vulcano” respingará nas eleições municipais deste ano. Com maior ou menor grau, isso o tempo se encarregará de definir. O certo é que esse novo fato vai alterar, principalmente, a corrida pelas 21 cadeiras na Câmara Municipal. Servirá de discurso para muitos, como ocorreu nas eleições de 2008.
Pelo visto, as eleições deste ano serão completamente diferentes de tudo que já foi visto em Mossoró, e caberá ao eleitor a responsabilidade da decisão, votando certo.
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