A liberdade, Sancho....
A obra de Cervantes repassa passagens de significado para a política e para os políticos.
O primeiro elemento político da obra prima de Cervantes - o Dom Quixote de La Mancha - é a própria forma em que a novela se desenvolve. Quixote e seu escudeiro Sancho, a todo tempo e em todas as circunstancias, mantêm diálogo.
Ora, o diálogo é o mais essencial atributo da política. Só mediante o diálogo o político permite o avanço do pensamento e a articulação das vontades múltiplas e muitas vezes dispersas e antagônicas. Dialogar é despir-se de preconceitos e aceitar o outro com seus atributos e defeitos. Tal como é, humano, e portanto depositário de virtudes, vícios, erros e acertos. O diálogo é caminho de duas trilhas e, em cada uma delas, coloca-se alguém que, como o outro, também é humano e, assim, portador de todos os atributos inerentes a esta condição. Aqui, pois, a primeira grande virtude da obra cervantina. Ensinar que pelo diálogo as pessoas se interlaçam e aprendem mutuamente. É o diálogo o caminho para se ter um bom entendimento quando as partes convergem na mesma direção, obgetivando encontrar um denôminador que indiquem um mesmo caminho, na busca incesante do diálogo que chegará ao verdadeiro denôminador...
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