Sinto vergonha de mim...
Sinto vergonha de mim por ter sido educador desse povo, por
ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar
pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caninho da
desonra. Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela
democracia, pela liberdade de ser e ter de entregar aos meus filhos, simples e
abominávelmente, a derrotas das virtudes pelo vícios, a ausência da sensatez no
julgamento da verdade, a negligência com a família, a célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação com o “eu” feliz
a qualquer custo, buscando a tal “felicidade”
Em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo. Tenho vergonha de
mim pela passividade de ouvir, sem despeja meu verbo. A tantas desculpas,
ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta
falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” Para justificar atos criminosos,a tanta
relutância em esquecer a antiga posição de sempre “contestar voltar atrás e
mudar o futuro. Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não
reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer... Tenho vergonha
da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu
cansaço. Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o nosso
hino e jamais usei a minha bandeira para enxugar o meu suor ou enrola meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti povo Baraunense “De tanto ver
triunfar as nulidades de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça de tanto ver agigantarem os poderes nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”...
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