quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Lula está 'perdidão' descobrindo que não é Deus, diz Ciro

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NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes afirmou na terça-feira (26) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva --de quem foi ministro-- está "perdidão da vida": "Ele pensa que é Deus e está descobrindo que não. Tentará buscar de novo essa deidade, mas não achará nunca mais".
Em nova análise sobre a política nacional, Ciro aumentou o mal-estar no PSB ao dizer que o presidente de seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem chances "ínfimas" na disputa pela Presidência em 2014.
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Divulgação
Ciro Gomes dá palestra em evento para empresários na Bahia
Ciro Gomes em evento para empresários na Bahia
O ex-ministro questionou ainda a "decência" do PSB caso o partido deixe para romper com o governo só perto das eleições em vez de entregar todos os cargos que tem no governo Dilma Rousseff (PT).
"As pessoas podem até desqualificar o portador das ideias, das opiniões... Tudo bem, eu aceito. Ainda mais agora que estou cada vez mais velho, menos interessado em participar dessa bobajada toda. Mas há um recado", disse Ciro à Folha sobre o que considera uma tentativa do partido de isolá-lo e desautorizá-lo depois das primeiras críticas a Eduardo Campos, no domingo.
"O Eduardo, o Aécio [Neves, do PSDB] e a Marina [Silva, da Rede] têm todos os dotes e qualificações pessoais para ser presidente. OK, mas e daí? A mensagem é esta: cadê as propostas?", afirmou.
Ciro, que participou ontem de um seminário com empresários em Salvador, disse querer saber o que Aécio fará com a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil um dia após o tucano elogiar a "política de privatizações" do governo FHC.
Questionou ainda sobre se Marina manterá a ideia que tinha como ministra do Meio Ambiente do governo Lula de assinar tratados internacionais que "colocariam na marginalidade" a política energética do país.
Ciro reconheceu ter se irritado com o PSB por não ter sido o candidato do partido na eleição presidencial de 2010.
"Era legítimo, era natural, o Lula encerrava um ciclo, a Dilma naquela data representava um salto no escuro, e o partido resolveu não ter candidato, para apoiar uma candidatura desconhecida, mesmo eu estando em segundo lugar nas pesquisas", disse.
"Agora, o partido [com Eduardo Campos] começa em quarto lugar. Em quarto. Com probabilidades ínfimas de ascensão, pela qualidade do processo, porque a Dilma hoje não é mais desconhecida. Ao contrário, está se qualificando cada vez mais na opinião pública brasileira."
Os elogios para a presidente terminam quando o assunto é o que chama "banquete fisiológico da coalizão PT-PMDB". Para Ciro, será muito difícil Dilma "escapar" de uma aliança fundamentada nos apoios dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB.
A Folha apurou que o cenário ideal para Ciro é emplacar o irmão, Cid Gomes (PSB), atual governador do Ceará, na chapa petista no lugar do atual vice, Michel Temer (PMDB).

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