quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O retrovisor – ontem e hoje

Wilma de Faria e Carlos Eduardo: o “rombo” de Natal e o “rombo” do Rio Grande do Norte

Na leitura de mensagem anual, diante de olhos atentos dos vereadores, o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), disse que recebeu a Prefeitura com um “rombo” de 206 milhões de reais. Herança maldita deixada pela ex-prefeita Micarla de Souza, ex-PV, e a sua turma.
Carlos Eduardo não se incomodou com o “retrovisor”, pois entendeu que a população natalense deveria tomar conhecimentos dos desmandos patrocinados pela gestão passada e que certamente oferecerão enormes problemas a sua administração.
Fez certo.
O prefeito repetiu a governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Em sua primeira mensagem oficial, lida em janeiro de 2011, Rosalba denunciou um “rombo” de quase 1 bilhão de reais. Herança maldita deixada pela gestão anterior, que até hoje trava ações do governo estadual, devidamente noticiada.
O detalhe nesse enredo aterrador é que uma personagem está envolvida nos dois episódios: Wilma de Faria (PSB).
No “rombo” deixado por Micarla, ela, Wilma, é vítima na condição de vice-prefeita e companheira do prefeito Carlos Eduardo.
No “rombo” estadual, ela, Wilma, é vilã, pois foi os seus oitos anos de governo que desmantelaram as contas públicas do Rio Grande do Norte e transferiram para a sucessora, Rosalba Ciarlini, o caos financeiro.
O interessante – ou condenável? – é que alguns bacanas que criticaram o “retrovisor” de Rosalba Ciarlini, agora apoiam o “retrovisor” de Carlos Eduardo. Ou seja, “retrovisor” só ruim quando o político é alcançado de forma negativa. Outros, amarelados, preferem o silêncio. Nem tocam no assunto. Compreensível.
Agora, ao apontar o dedo para Micarla de Souza, de forma correta, diga-se, Carlos Eduardo deixa a sua companheira Wilma de Faria desconfortável, isso porque desmantelo em contas públicas incomoda a ex-governadora. Ela é consciente do que fez com os cofres do Estado. E como é.
Mas… nada a fazer.
A política é assim. Banal, para uns, vulnerável para outros, e dinâmica para a maioria. O que é bom agora, pode ser ruim no futuro, e vice-versa.
Assim caminha a humanidade, sem lenço e sem documento, com a política e os políticos que merece.

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