Decisão impede redução de receitas dos municípios
Gervásio BaptistaDecisão monocrática de Luiz Fux vem sendo mantida pelo STF, apesar das investidas da União
A última movimentação do processo em trâmite no Supremo está datada de 14 deste mês, quando uma turma de ministros rejeitou recurso da União, mantendo a decisão favorável aos municípios. A briga promete novos capítulos.
Os prefeitos acusam a União de conceder benesses que atingem diretamente os cofres das Prefeituras, sem ao menos criar mecanismos de compensação. A decisão inicial do ministro Luiz Fux, de agosto de 2012, vem sendo mantida pela corte do STJ, apesar das investidas em contrário da Procuradoria Nacional. O processo não impõe um efeito prático porque ainda cabe novos recursos. Além disso, a decisão do ministro do STF é monocrática e em caráter liminar. O mérito, ou decisão definitiva, será analisado pela corte suprema.
Ao fundamentar o entendimento sobre o caso, Luiz Fux lembrou que em análise similar, o também ministro Ricardo Lewandowski reconheceu a existência de ‘repercussão geral’ (quando o STF analisa o mérito de uma questão e a decisão proveniente da análise será aplicada posteriormente pelas instâncias inferiores, em casos idênticos) ao afirmar que a concessão de benefícios fiscais por legislação infraconstitucional não pode implicar em diminuição do repasse receitas tributárias constitucionalmente asseguradas aos municípios.
A ação interposta pela Prefeitura de São Gonçalo do Amarante percorreu instâncias inferiores do Judiciário brasileiro. De início, o Tribunal Regional Federal (TRF) – 5ª Região, localizado em Recife/PE, negou o pedido, segundo o advogado do caso, Leonardo Braz, à época procurador-geral de São Gonçalo do Amarante. “O entendimento do TRF tem sido diferente do STF”, disse ele. Outros municípios potiguares, como é o caso de Lajes, estão com as ações impostas suspensas no Tribunal Regional Federal até que a decisão de Fux seja efetivada. O feito que o município da Grande Natal está próximo de conquistar é pioneiro no Brasil e deverá beneficiar muitas cidades.
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