O “grande tchan” da política é, sem dúvida, a oratória. Palavras se transformam em fatos e deixam de ser tão somente palavras. Daí a arte do fazer política. É preciso conquistar o ouvinte e fazê-lo compreender que o que está ouvindo é a “mais pura verdade”.
Vejam o que fez Adolf Hitler, que convenceu centenas de milhares de pessoas a seguirem seu pensamento à efetivação da II Guerra Mundial.
Ter o dom da oratória é justamente esse.
Não se tem a pretensão aqui de dizer que quem é bom nas palavras vá se tornar um ditador. Mas, analisando o que se vê na política, tal semelhança acaba se concretizando indiretamente. Em toda e qualquer eleição, a conquista do voto e, consequentemente, de eleitores, se dá pela força das palavras.
Projetos e planos de governo são consequências do que se diz em palanque. Se estes irão se efetivar, isso já é outra conversa.
Sabe-se perfeitamente que é possível atrair seguidores com o bom uso das palavras. A história está cheia de exemplos. Não apenas Hitler. Jesus também é uma dessas pessoas, bem como Buda, Ghandhi, Bhagwan Shree Rajneesh, Lula, Fidel Castro Hugo Chávez e tantos e tantos outros. O
ditador aqui expressado, entenda-se por aquele que dita regras à sociedade. Religião e política possuem essa ligação. Têm a força da palavra como principal arma ao combate dialético. É igual ao que ocorria na Grécia Antiga: vence quem possuir maior poder de convencimento.
E é assim nos tribunais.
Claro que muita coisa mudou e o conceito de Justiça também foi aperfeiçoado ao longo da história. Hoje, um homem justo também é um homem ético. É o que dizem. Mas isso não quer dizer que exista, totalitariamente, político justo e ético ou que todo homem ético é justo. E vice-versa.
Provas e testemunhas são importantes em todo e qualquer processo judicial, mas nada substitui a oratória. Provas podem se transformar em fatos de veracidade questionável e a palavra, da mesma forma, pode se apresentar com maior força do que a prova e vira um fato.
A verdade está em quem a vê e se a força da palavra sobressair aos fatos, esta passa a ser a verdade. Santo Agostinho deu a deixa para tal explicação e resume tudo o que se quis dizer até aqui: “Dois homens olharam através das grades da prisão; um viu a lama, o outro as estrelas.”
O que se quer dizer é que tudo depende de quem observa determinada situação e, de acordo com suas convicções (sejam políticas, religiosas ou quaisquer outras), sempre terá uma verdade a ser vista, independente de que esta seja falsa ou não. Tivemos, em Mossoró, dois casos recentes que remetem à discussão posta: cassação de mandato, de registro de candidatura e de inelegibilidade.
Onde está a verdade?
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