Padaria Mercatto
Empresário que enfrentou desembargador dá sua versão
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Esse é um homem de bem, trabalhador, no nosso país resignado é um escravo, quando devia ser respeitado pelo seu caráter, sua dignidade, sua honra, mas se não se impor é escravo da arrogância, da soberba, da prepotência. |
O empresário
Alexandre Azevedo, que protagonizou incidente com o desembargador
Dilermando Motta, domingo (30), na Padaria Mercatto (em Natal), dá sua
versão sobre o caso.
Em nota à sociedade, ele afirma que sua
atitude em defesa de um garçom, acabou sendo motivada pela indignação,
ante a humilhação a que o humilde trabalhador era submetido pela
“autoridade”.
Veja abaixo o seu relato, retratando postura que deve orgulhar sua famíliae amigos, além de me transformar em seu fã:
NOTA
A respeito do incidente na Padaria
Mercatto, envolvendo o Des. Dilermano Mota, ocorrido no último domingo
(29/12/2013), venho a público externar a minha versão, objetivando
esclarecer os fatos.
Por volta das 10 hs, estávamos, eu e
minha esposa, lanchando na Padaria quando presenciamos um senhor, que
até então não sabia de quem se tratava, levantar-se bruscamente de sua
mesa e ir de encontro ao garçom que acabara de servi-lo. Este senhor,
aos gritos, no meio do salão, dizia ao garçom que este não o havia
atendido direito, deixando de colocar gelo em seu copo, e gritava pelo
gerente, exigindo que o punisse naquele momento, e ele queria
presenciar. Não satisfeito com esse escândalo, este senhor puxou o
garçom pelo ombro e exigiu que lhe olhasse nos olhos e o tratasse como
Excelência, e disse que deveria “quebrar o copo em sua cara”. Tal fato
foi testemunhado por dezenas de pessoas que ali se encontravam.
Presenciando aquela agressão
injustificada, eu me levantei e intervi, dizendo ao senhor que ele não
poderia fazer aquilo; não poderia humilhar alguém que estava ali para
servir. Nesse momento, o senhor se voltou contra mim, chamando-me de
“cabra safado”, “endiabrado”, “endemoniado”, que “merecia ser preso”,
chegando, inclusive, a pegar uma cadeira e dizer que iria “quebrar minha
cara”, tendo sido contido por várias pessoas. Eu repudiei a conduta
deste senhor veementemente, perguntando quem ele pensava que era e se
não tinha vergonha de ofender seus semelhantes daquela forma.
O Desembargador Dilermano Mota,
identificando-se como tal, acionou a Polícia Militar, que deslocou
imediatamente quatro viaturas para atender o chamado, tendo, o oficial
que atendeu a ocorrência, depois de sondar as dezenas de pessoas que se
aglomeravam no salão da Padaria, identificado a inexistência de qualquer
crime cometido por mim. Em razão dos policiais não terem me prendido, o
desembargador, aos gritos, adjetivou-os de “um bando de cagão”.
Devo deixar claro que não conhecia o
Desembargador, tampouco o garçom. A minha atitude de revolta e
indignação ao presenciar uma profunda injustiça foi a de um cidadão
consciente, como todos devem ser. E teria a mesma reação, ainda que não
se tratasse de um magistrado. Quem quer respeito, se dá o respeito.
Finalizo citando Darcy Ribeiro quando dizia “só há duas opções nesta
vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca”.
Alexandre Azevedo.
Nota do Blog – A verdadeira autoridade se impõe pelo respeito e conduta ilibada, não pelo mando.
Se todos reagirem, a gente termina enquadrando os maus e exaltando os bons.
Veja
AQUI outra versão para o caso, com explicações do próprio desembargador.