terça-feira, 3 de junho de 2014

Agripino assume a posição de adversário de Rosalba
O ex-deputado Ney Lopes de Souza, ao sair da reunião do Democratas, desabafou, de forma bem direta: “Armaram contra Rosalba.”
Ney reagia à posição do presidente nacional e regional do DEM, senador José Agripino Maia, que havia preparado todo o ambiente para vetar o projeto de reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, em nome da aliança com o deputado-governadorável Henrique Alves, do PMDB, e a ex-governadora e candidata ao Senado Wilma de Faria, do PSB.
Não deu outra.
O diretório regional que é formado, em sua quase totalidade, por amigos de Agripino – alguns sequer são ou acompanham a política – decidiu que o partido deve priorizar a disputa proporcional, evidentemente, coligando-se com o PMDB e o PSB, entre outras siglas que fazem a oposição ao governo Rosalba.
Logo, o DEM estará coligado na majoritária com Henrique e Wilma, uma vez que, pela legislação eleitoral, não tem como desassociar a proporcional da majoritária.
O termo “armado”, usado por Ney Lopes, pode ser antipático num ambiente em que, de público, expressa respeito e fidelidade. No entanto, a essência do processo conduzido por Agripino é rigorosamente golpear Rosalba. Num português mais claro: alijá-la do processo eleitoral 2014, mesmo a governadora tendo a seu favor o direito constitucional da reeleição.
Pois bem…
O fato de o DEM querer renovar o mandato dos seus três deputados estaduais e de um federal não justifica eliminar o direito de Rosalba à reeleição, até porque o partido de Agripino não precisa de Henrique nem de Wilma para manter os mandatos e até ampliar a sua participação na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
No duro, Agripino fechou com Henrique e Wilma, em detrimento da governadora e do Democratas. E, para levar adiante o plano de eliminação de Rosalba, o senador elaborou e executou a estratégia com habilidade. Puxou Rosalba para um ambiente só dele, que é o diretório estadual, na certeza que a consulta prevaleceria o seu desejo, como de fato prevaleceu.
Depois, o discurso da união (coisa que não existe hoje no DEM) e a pressa para marcar a convenção do partido (15 de junho), como forma de não dar tempo para Rosalba articular um arco de aliança capaz de viabilizar a sua reeleição e a renovação dos mandatos proporcionais.
Portanto, a verdade é única: Agripino trabalhou para eliminar Rosalba na arena que ele manda e para entregar o seu partido nas mãos de Henrique e Wilma. Talvez, e provavelmente, no episódio mais deprimente de sua vitoriosa carreira política. ( O senador José Agripino segue a filosofia de Caífaz que disse que um homem deve morrer pela nação a vítima de caífaz foi Jesus, a de José Agripino foi a governadora Rosalba).

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