Manoel de Brito escreve livro sobre 60 anos de vida pública no RN
Obra conta a história de vida de um dos personagens mais importantes do Rio Grande do Norte, que conviveu com lideranças políticas do Estado por décadas, como Dinarte Mariz, Aluizio Alves e Tarcísio Maia
Joaquim Pinheiro
Repórter de Política
Considerado uma enciclopédia ambulante da história política do Rio Grande do Norte, homem afável e de bom trato, Manoel de Brito construiu uma verdadeira legião de admiradores. Conviveu com as principais lideranças políticas do Estado, entre elas, Dinarte Mariz, Aluízio Alves e Tarcísio Maia, para citar apenas as três mais representativas. De algumas delas foi auxiliar direto na condição de secretário ou assessor. Manoel de Brito foi o primeiro chefe da Representação do Governo do Rio Grande do Norte quando a capital federal era o Rio de Janeiro.
Para contar toda sua história de vida, Manoel de Brito decidiu escrever o livro com o título de “Tempos Marcantes”, que deverá ser autografado no próximo ano. O livro, segundo o próprio autor que recebeu o repórter d’O Jornal de Hoje no seu gabinete de trabalho na Escola Doméstica de Natal, relata fatos vivenciados por ele durante mais de 60 anos de atividades exercendo vários cargos públicos, inclusive mandato eletivo de deputado estadual, eleito em 1954 e reeleito em 1958. Ele teve como companheiros de parlamento, personalidades como Motta Neto, Lauro Arruda, Aderson Dutra, Manoel Torres, Francisco Seráfico Dantas, Jocelim Vilar, José Fernandes de Melo, Múcio Vilar Ribeiro Dantas, entre outros. Após deixar a Assembleia Legislativa, Manoel de Brito foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado onde se aposentou em 1979.
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Nascido em Jardim do Seridó há 86 anos, Manoel de Brito é filho de um homem simples da cidade conhecido por Zuza Moita, apelido que herdou do pai. A casa grande onde morava foi transformada em hotel, passando a hospedar figuras importantes que chegavam de fora para trabalhar na cidade ou de passagem por lá. Foi a partir daí que Manoel de Brito passou a conhecer e se relacionar com figuras importantes como João Agripino Filho, paraibano de Catolé do Rocha nomeado promotor da comarca de Jardim do Seridó. João Agripino foi deputado constituinte, governador da Paraíba, senador e ministro de Minas e Energia, além de ministro do Tribunal de Contas da União. “Foi a partir daí que surgiu a amizade com a família Maia”, lembra Manoel de Brito.
ENCONTROS DIÁRIOS
Manoel de Brito relata que todos os dias políticos e autoridades locais, entre eles, o padre, o juiz e o promotor reuniam-se no hotel para tomar café e conversar sobre temas diversos, notadamente política. “Eu, menino convivi com todo esse povo, inclusive Dinarte Mariz que passava lá semanalmente”, observa o autor de “Tempos Marcantes”, livro que certamente despertará atenção e interesse de todos quantos conhecem essa figura extraordinária que é Manoel de Brito e têm interesse pela história política do Rio Grande do Norte.
FASES DA VIDA
O livro, segundo o autor, será dividido em fases: a primeira e mais importante relata acontecimentos que marcaram sua vida pessoal positivamente, como a convivência com personalidades importantes do Estado.
Outra, fatos tristes, que Manoel de Brito diz ter sido poucos, a exemplo da morte prematura do seu pai, Zuza Moita, que morreu em 1940 aos 47 anos de idade, deixando a mãe viúva com 6 filhos para criar. “Eu tinha 12 anos e isso me chocou muito”, diz ele. Em meio às dificuldades, Manoel de Brito decidiu entrar no Seminário São Pedro em Natal, mas viu que não tinha vocação sacerdotal e desistiu, voltando para Jardim do Seridó onde concluiu o curso primário com distinção.
Concluído o primário, Manoel de Brito foi estudar no ginásio Diocesano em Caicó dirigido pelo então cônego Walfredo Gurgel, que viria a ser governador do Rio Grande do Norte. Regressou a Natal onde concluiu o ginásial no Colégio 7 de Setembro. O Clássico, fez no Ateneu Norte-rio-grandense. A partir de então, sobreviveu em Natal ensinando a domicílio a alunos filhos de famílias ricas. Ensinou a Tupan Ferreira, Ezequiel Ferreira (pai do atual presidente da Assembleia Legislativa), entre outros. Por sugestão de Ronildo Gurgel, o então professor particular foi admitido no jornal A República como redator e revisor.
MORADA NO RIO
A fase de Manoel de Brito no Rio de Janeiro iniciou em 1950 onde foi morar a convite de Dinarte Mariz, que o indicou a Aluízio Alves, naquela oportunidade deputado federal pela UDN. Trabalhou 1 anos com Aluízio e resultado do seu bom relacionamento passou a prestar assessoria a outros parlamentares, o que lhe proporcionou bons rendimentos e muito conhecimento. Na oportunidade trabalhou com Theodorico Bezerra, Dix-Huit Rosado, Motta Neto, Zé Arnoud e os senadores Georgino Avelino, Ferreira de Souza e Kerginaldo Cavalcanti. De volta a Natal fez vestibular para direito e foi aprovado ao lado de figuras como José Gobat e Ângelo Varela.
Os mais recentes cargos ocupados por Manoel de Brito foram os seguinte: secretário de Interior e Justiça nos governos, José Agripino e Vivaldo Costa (1991 a 1995). Foi também auxiliar de Lavoisier Maia e Radir Pereira, então governadores do Estado. Atualmente, Manoel de Brito é presidente da Liga de Ensino do Rio Grande do Norte, dando expediente diariamente na Escola Doméstica de Natal, no Complexo de Ensino Henrique Castriciano no Tirol.
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