segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

### - Incontinência verbal. - ###

segunda-feira

 *** - Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama. (Tg 3.5). - ***
Parece com a história de Davi (um homem muito jovem) e Golias (um gigante de 2,90 metros). E também com a história de Gideão (que comandou o exército de trezentos homens) e os midianitas (cujo exército era como uma nuvem de gafanhotos). E também com a história da primeira multiplicação de pães: cinco pães e dois peixes para alimentar cinco mil homens.
Uma simples faísca, uma única brasa caída do fogão, apenas um palito de fósforo mal apagado jogado à beira da estrada. Uma dessas insignificantes chamas de fogo pode incendiar uma floresta inteira. É outra ilustração mais do que apropriada de Tiago. Mas o que o preocupa não é o freio em si, não é o leme em si nem o incêndio em si. O que o preocupa é que “uma simples palavra [uma só] pode parecer nada, mas é capaz de construir ou destruir quase tudo!” Assim como a ponta de um cigarro já fumado e já amassado com a ponta dos dedos pode provocar um incêndio florestal de grandes proporções, “uma palavra descuidada ou indevida pode fazer o mesmo” (Tg 3.5, AM).
Sem dúvida alguma, uma experiência recente ou remota envolvendo o pecado da língua teria traumatizado o escritor dessa Carta, tal a ojeriza que ele demonstra ter pela incontinência verbal. Uma das comunidades, ou mais de uma, teria sido vítima desse problema. Tiago está muito zangado e vocifera: “A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Como o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas” (3.6).
“Muitas vezes lamentei minhas palavras e nunca o meu silêncio” (Públio)!

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