Honestidade x corrupção
Estudo feito pelo economista Marcos Fernandes da Silva, da Fundação
Getúlio Vargas, revela que, entre os anos de 2002 e 2008, o Brasil
perdeu R$ 40 bilhões para a corrupção. A performance negativa fez o País
permanecer em posição desconfortável no ranking internacional da
corrupção.Ocupamos o 68.º na lista de 183 nações pesquisadas pela ONG Transparência Internacional, números que exigem profunda reflexão de toda a sociedade.
A corrupção não é uma prática exclusiva da vida pública. Em menor ou maior escala, o cidadão se depara com práticas condenáveis no seu dia a dia. Aliás, há uma linha de raciocínio – aceitável –, segundo a qual a corrupção se alimenta a partir dos pequenos ilícitos que não são alcançados pela lei.
O cidadão que compra uma senha na fila de banco, porque está apressado, não se dá conta que ali está praticando um ato de corrupção. Na fila do posto de saúde, é possível encontrar comerciantes das vagas, que chegam cedo para ocupar o espaço público e, por gravidade, vendem a quem precisa, sem se incomodar com a prática corrupta.
Do outro lado, o simples cidadão que compra essa vaga, por completa necessidade, pouco sabe que está sendo corrompido; daí, a banalização da corrupção. O brasileiro parece acostumado, o que alimenta erroneamente a tese de que a corrupção é “comum”.
Não é e nunca será.
O brasileiro precisa se indignar contra os que roubam a sua pátria. É inaceitável, por exemplo, que na hora da punição apareçam pessoas ou instituições defendendo aqueles condenados.
O julgamento do mensalão, que por todo o seu histórico foi moralizador e didático, deveria ter recebido o apoio de toda a sociedade; teve da maioria. Porém, reações político-partidárias optaram pela contramão da ética e da moralidade, ao fazerem de público a defesa dos condenados.
O PT, por (mau) exemplo, levantou a bandeira do ex-ministro José Dirceu como um “inocente” perseguido pela mais alta Corte do Judiciário brasileiro. É como se, em outras palavras, estivesse dizendo ao País que a corrupção é correta, desde que se apresente uma boa defesa. Absurdo.
Pior é o Palácio do Planalto, ao invés de condenar a corrupção de forma aberta e transparente, procura fazer uma conta de quem foi mais corrupto: o governo de Lula ou governo FHC.
Francamente…
De sorte, o País tem as suas instituições sérias, como o Ministério Público e o Judiciário, bem fincadas no alicerce da democracia, o que impede que a corrupção possa campear de forma livre. Esse é o alento que o cidadão brasileiro tem para acreditar no futuro melhor.
Hoje é o Dia Internacional Contra a Corrupção, e de reflexão para a sociedade.
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