terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Não cabe mais a tese do complô A tese do complô virou artigo de museu. Caiu de moda, no dito popular. A avalanche da Lava Jato não permite mais o uso do termo que sugere perseguição, golpe ou coisa parecida, para livrar a cara de políticos corruptos. A forma como os fatos criminosos estão sendo revelados, a partir de delações de figuras graúdas assustadas com o tilintar das pulseiras de ferro, com provas contundentes e irrefutáveis, tornou difícil ou quase impossível os malfeitores sustentarem a tática da vitimização. O brasileiro por mais inocente que seja não se permite mais ser visto como idiota. Ele sabe que foi roubado, como foi roubado e, o mais importante, não permite mais ser enganado. O povo quer que os culpados sejam punidos com rigores da lei e, de preferência, banidos da vida pública do País. Se ainda havia um naco de inocência a ser explorado, o início da série das delações dos executivos da Odebrecht – 78 no total –, entre eles o mandatário Marcelo Odebrecht, atrás das grades há mais de um ano – não permitirá qualquer manobra para ludibriar a opinião pública. Veja que a delação do ex-diretor da maior empreiteira do País, Cláudio Mello Filho, revelada no fim de semana, apanhou de calças curtas políticos de proa dos maiores partidos do Brasil: PMDB, PSDB, PSB e PT, e ainda revelou nomes suspeitos de siglas nanicas, mas igualmente insaciáveis e imorais. Quem ainda explorava o discurso de que a Lava Jato “perseguia” o PT e seu líder Lula, para fazer crer que a operação era política e não moralizadora, vai ter que engolir a seco com a revelação dos malfeitos com o DNA de Michel Temer, Renan Calheiros, Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, os cardeais de PMDB e PSDB, adversários e agora companheiros do PT no mar de lama. Portanto, esqueça a tese do complô, a falsa ideia da perseguição, do golpe. Não cabe mais. O povo brasileiro não aceita mais. Corruptos são corruptos e assim devem ser tratados. Para cada crime cometido, os rigores da lei, sem observar nomes, tendências ou cores partidárias. A Lava Jato não é uma engrenagem política, nem o juiz Sérgio Moro um ditador da lei. A operação descortinou o maior esquema criminoso da vida pública do País; e o juiz federal apenas cumpre o seu dever de julgar aplicando a lei tão somente a lei. Qualquer outra tentativa ou insinuação grosseira como essa da vitimização, não devem prosperar porque o povo brasileiro não aceita continuar feito tolo, sendo enganado por aqueles que chegaram ao poder por suas mãos honradas. Que a tese do complô seja enterrada definitivamente.

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